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Montalvo, excerto 47
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INF Aquele dono que era lá da propriedade onde as meninas ficam, tudo…
INF Ele [vocalização] era doutor de mal de peles.
E apanhava a fruta ou mandava apanhar.
Aquilo era u- uma quinta que aquilo era ali um algarve!
Aquilo nem nem queira imaginar!
Aquilo Aquilo era tudo quanto era rico!
Cá fora, não está uma correnteza de casas com uma varanda de baixo?
INF Era a casa dos criados!
Tinha tudo quanto era preciso!
Isso aí era a casa dos criados.
há uma casa ao lado que é a casa da eira,
há um barracão daquele lado dali –
é os tais barracões que usavam dantes para o gado em ficar, que nós acabámos de falar aí.
INF E ele dizia muita vez que nós que não sabíamos comer fruta, que a gente nunca devia de debulhar a fruta.
Tirar aquele veio de dentro, limpar tudo, que é isso que é que faz mal.
Que propriamente a casca, apanhava-se, e ti- limpava-se o podre, ou limpava-se toda por dentro e comia com a casca.
Cortava-se aos bocadinhos
Que a casca que ajuda a fazer a digestão,
E ele E ele nunca queria nem!
Para as criadas era a mesma coisa:
nunca queria que, que que descascassem a fruta.
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