Representação em frases
Outeiro, excerto 35
Texto: -
INF Depois fazem aí uma fogueira com palha
e rapam-nos com uma navalha.
Depois de estarem chamuscados, rapam-nos.
Põem-nos em cima de um banco,
rapam-nos bem rapadinhos,
INF Põem-no, às vezes, por uma trave para baixo.
Outras vezes arranjam, um [vocalização] [pausa] por exemplo, um pau
e põem-lhe assim um [pausa] um canamão para cima, no focinho e, e, e espe-,
e põem um pau à beira du- duma esquina
tinha aí umas cornagens das crias
e ele prendia-o assim ao canamão
e prendia-o assim com o cornal à à trave.
Depois eram desfeitos, [pausa] para o outro dia em que se matavam ou para outro quando ele…
Podiam estar até dois ou três dias, que ele naquele tempo…
nós dizemos desfazer os porcos.
INF Depois tira-se-lhe ele à parte:
a linguiça vai para um lado;
o salpicão, que é o lombo, vai para outro;
os presuntos, vai para outro;
a espádua vai para outro.
Quer dizer, depois, na aqui até costumamos…
mas – porque eu ele já há muito tempo que não crio porcos –, mas nós costumávamos:
partia-se o porco ao meio…
Às vezes, até andava a gente a ver qual era o que tinha o toucinho maior – Agora quem é que quer o toucinho? – e o que tinha mais unto!
Que eu ainda tenho ali taças de não sei já de quando.
E já dei algumas para, para o para os cães do gado.
Depois comprei ainda um porquinho em Bragança
fim arrependi-me e nem lhe comi a carne gorda, nem, nem nem o toucinheiro, nem nada, pronto,
e o e o unto ainda aí está.
[vocalização] Mas antigamente, ele sabia mesmo bem essa carne gorda:
com uma salada [pausa] e pão de centeio era mesmo boa.
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