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Alte, excerto 25

LocalidadeAlte (Loulé, Faro)
AssuntoErvas, arbustos e flores
Informante(s) Acidino Acilino

Text: -

[1]
INF1 É uma espécie do agrião,
[2]
mas rebenta a quem a come.
[3]
INF1 Quem come o agrião, aquilo é uma espécie venenoso.
[4]
INF2 Como é aquela rabacinha que serve de mezinha.
[5]
INF1 Serve.
[6]
INF1 A rabacinha.
[7]
INF2 É igual.
[8]
INF1 É igual.
[9]
É também igual.
[10]
INF2 Para o gado [pausa] .
[11]
INF1 Para fazer um [vocalização] um chá, para fazer um [vocalização] uma coisa qualquer, para dar ao animal.
[12]
INF1 Beber.
[13]
INF1 Quando tem uma dor ou tem uma coisa qualquer, a gente depois dá.
[14]
INF2 Um tinha um mal nos [vocalização] entrefolhos
[15]
[pausa] e, então, dei-lhe aquela mezinha.
[16]
[pausa] Foi um bocado de vela de cera de igreja derretida assim, [pausa] aí umas duzentas e cinquenta de azeite, [pausa] cinco ovos.
[17]
[pausa] Tudo batido, tudo mexido.
[18]
[pausa] Aí uma espécie de seis do volume de seis figos [pausa] de triaga nossa.
[19]
INF2 Triaga nossa, torrada, feita em polme, que fica tudo naquele caldo.
[20]
INF2 Ora, é cocó.
[21]
INF1 É fezes, pronto!
[22]
É fezes.
[23]
INF2 E, tudo mexido
[24]
e, depois, dar a beber ao animal [pausa] com a tal [pausa] rabacinha.
[25]
INF2 Que a gente planta-as aqui [pausa] e sustém-se bem aqui.
[26]
Não aqui, que aqui sustém-se muito calor.
[27]
Mas aquilo …
[28]
INF1 Aqui não,
[29]
aqui não.
[30]
Aqui, quando tiver quando se aguenta aqui, pode-se beber, pode-se fazer tudo perfeitamente.
[31]
INF2 De maneira que o animal começou a beber, a beber, a beber, a beber,
[32]
bebeu aquilo,
[33]
começou a encher, a encher, a encher, a encher …
[34]
[pausa] olhe, não tinha mais pele.
[35]
O homem disse-me logo – o Acílio –
[36]
disse logo: "Você há-de desconfiar,
[37]
mas olhe que ela tem de se pôr boa.
[38]
Ela não sabe onde é que vai buscar pele para encher de vento".
[39]
Esteve aí obra de [vocalização] uma meia hora até, talvez, muito gorda, muito cheia – pois ela estava magrinha, mas encheu a pele, arredondou tudo!
[40]
INF1 Esticou,
[41]
esticou a pele.
[42]
INF2 Esticou.
[43]
Assim começou a abater, a abater, a abater
[44]
[pausa] e ficou boa.
[45]
INF2 Ficou boa.
[46]
INF2 Com o tempo, pôs-se boa.
[47]
Que foi o animal daquela qualidade de gado vacum que eu vi vomitar foi aquela vaca.
[48]
Conforme comia as [vocalização] camisas de milho [pausa] –
[49]
INF1 Fatal.
[50]
INF2 assim inteiras e, depois, ao remoer é que remói –
[51]
e então assim, conforme as comia, assim as deitava fora.
[52]
E eu fiz esta fala
[53]
e [vocalização] aqui o [vocalização] Doutor Acrísio ,
[54]
[pausa] eu disse que haviam três qualidades de animal que remoíam
[55]
e diz ele: "Não,
[56]
há quatro".
[57]
Ele disse-me: "Há quatro".
[58]
INF1 Há a cabra, [pausa] a ovelha,
[59]
[pausa] há o boi.
[60]
INF2 É a cabra, a ovelha, [pausa] e o boi e o [vocalização] elefante.
[61]
INF1 E o elefante não sabia eu.
[62]
INF2 Pois ele é que me disse que o elefante que remói, tal e qual como a rês.
[63]
INF1 Sim,
[64]
isso não sei eu.
[65]
Agora, estas três sabia eu.
[66]
INF2 Pois, ele disse-me que eram quatro.
[67]
E [vocalização], diz ele que são essas quatro espécies de animal que tem folho e entrefolho.
[68]
INF2 Que era o mal da vaca era no entrefolho.

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