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Perafita, excerto 11
Text: -
INF Havia aí um forno que cozia [pausa] todos, todos os dias.
Todos os dias cozia, porque o povo é muito grande.
[vocalização] Eu também lá ia quando não tinha o forno,
mas depois a, a a ladrona [pausa] roubava a massa da masseira
e ia, botava aos ia botá-la aos porcos, à pia.
E uma vez uma vez foram lá [vocalização] um cão [pausa] foram lá dar com um com um avental dela,
não teve tempo de a levar para casa,
e o cão agarrou na [pausa] naquele avental de, de fa- de massa
E depois foi um falatório.
E depois a mim também me fez igual.
E eu, está claro, um dia disse assim: "Ai, ó Almira, tu não te demores a ir para o forno que [vocalização] é preciso acarrar a água".
Que ela, ela a [vocalização] ladrona, bota-se à…
[vocalização] Se vou acarrar a água, tenho que ir buscá-la à fonte, e ela cá faz a fateixa.
Depois dizia-me ela: "Vai buscar a água.
Vai buscar a água, que é preciso.
Vem outro freguês para cozer".
Ela o que queria era que me eu desandasse.
Quando vim, já estava a fateixa feita.
Apareceram os meus filhos, o meu mais velho e a minha filha.
E eu disse assim: "Raio vos parta.
Ela a excomungada já fez a fateixa".
"Ó minha mãe, não se aflija que eu vou dar com ela".
Lá andámos debaixo da masseira, duma caixa grande, num pilheiro, onde ela tinha [pausa] para aí obra duma broa em cima, para trás do forno,
e o meu filho lá foi dar com ela.
Diz: "Ó minha mãe, aqui está".
Depois eu [vocalização], está claro, andei, andei pela picueta.
Depois fui lá para me tornar a cozer
mas já [vocalização]: "Ai, eu não tenho vagar,
"Então já enriqueceu com a com a massa que me roubou?
"Ai menino Jesus perdoai-me, já que ela não me quer perdoar"!
Digo: " [vocalização] Que te perdoe Deus ou o Diabo".
Depois digo: "Bem, tratem de me comprar um forno".
Depois um senhor que mora ali nos Jorjais, ali à borda da estrada que [vocalização] até lhe chamam, é, era can-.
o que é agora está reformado.
Acho que é o que é o carteiro.
E eu disse: "Ó senhor Aristipo, o senhor quando for a Amarante, traga-me um forno".
Disse: "Trago, sim senhor.
E trago um para o Freixo".
e trouxe um para o Freixo.
Nunca mais me roubou mais nada.
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