Representação em frases
Perafita, excerto 21
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INF1 Esteve lá cinco anos.
E quando veio, ainda era por lhe eu [pausa] dizer que que estava mortinha cá por ele, eu e as minhas filhas.
Ou mais, senão, ainda até o lá tinham mais tempo.
E o senhor que olhava por ele [pausa] até já morreu.
Ainda morreu primeiro do que o ao meu marido.
Chamava-se Era o enfermeiro…
[pausa] Mas nem sei já como era que se ele lhe chamava.
depois cá se veio embora.
Ainda andou [pausa] para aí um ano ou dois, na freguesia.
Foi dizer aos fregueses, a Pinhão Cele [pausa] e à Torre – que tinha os fregueses naquelas povoações lá em cima –, se eles [pausa] que só podia carregar [pausa] um alqueire, [pausa] debaixo do braço.
Que não podia levar sacas grandes, de cinquenta quilos, que era que se traziam.
"Olhe, eu agora só posso levar um alqueire que chegue a dois, assim de- debaixo do braço".
Agarrava-lhes debaixo do braço.
E os fregueses fizeram-lhe isso tudo.
"Levar, até te o lá levávamos num num carro, [pausa] ao moinho, se o moesses lá".
Gostavam todos dele, muito, muito, muito!
Pinhão Cele, carago, quem falar no Ademar, Ademar Moleiro!
Ademar Adeodato era como ele era.
Mas era moleiro, sempre moleiro,
tudo o vinha cá ver, a casa.
Oh, mas depois, depois ainda andou assim no Verão [pausa] – quase um Verão ou dois –
mas depois deu-lhe uma trombose,
Eu já ia com a mandar um homem lá a procurá-lo, [vocalização] à noite,
e [vocalização] e tinha-lhe dado [vocalização] aquela trombose na cabeça
até lhe deu lá em Pinhão Cele.
E ficou-se assim meio tal,
ainda [vocalização] ainda comeu,
[pausa] e foi para o moinho.
Já me deu de manhã em Pinhão Cele,
"E [vocalização] deu-me isto.
Agora, olha, não queiras as partilhas" – tínhamos partido [pausa] com os meus irmãos umas leirinhas que a gente para aí tinha – "e não não assines".
E foi com a paixão disso que lhe deu.
Olhe que é u- é uma coisa a gente ter uma paixão [pausa] por uma coisa, [pausa] e não e não a aguentar.
foi esta irmã e a que está em Justes que não lhe deixaram o moinho.
E ele com aquela paixão [pausa] foi-se embora.
e [vocalização] e ele queria o que lhe deixasse deixassem o moinho.
Porque to- Estava assim doentinho;
e no moinho ia ganhando o pãozinho, não era?
Os filhos já estavam por lá, a governar-se.
Mas, para nós, outra coisa não fazia,
[pausa] Não lhe deixaram o moinho.
E ele com essa paixão, pôs-se a cavalo no burro
e foi-se embora para o moinho.
Quando veio à noite, veio assim.
"Se eu soubesse que o meu marido lhe deu aquilo [pausa] por ele por via deles re- remocar com ele e não lhe deixar as partilhas à à vontade que ele queria, que até ficava de prejuízo, eu nunca mais falava para eles".
Mas o meu filho, coitadito – que está ainda esteve agora aí, esteve agora cá, no Natal.
e veio cá agora na Páscoa.
também só digo maluquices.
está no, no [pausa] está no Porto.
é noutro lugar em deslado,
Ah, mas já não sei o que estava a dizer –
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