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Bandeiras, excerto 4

LocationBandeiras (Madalena, Horta)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Balbino
SurveyALEPG
Survey year1979
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


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[1]
INF Havia um casal que tinha três filhos,
[2]
mas [pausa] este mais velho [pausa] não ti- não era bem aberto, assim,
[3]
era meio toleizão.
[4]
[pausa] E [vocalização] o mais moço mais a mãe, eram pobrezinhos, o que é que fazem?
[5]
O mais moço disse: "Ó pai, eu vou-me correr terras"!
[6]
E o pai disse: "Ó filho, tem este irmão que não é bem, bem que é mei- meio atoleizado,
[7]
porque é que não estás com nós aqui em casa, para ajudares o pai e a mãe"?
[8]
Ele disse: "Não, pai.
[9]
Nós somos pobres
[10]
e vê-se tanta [pausa] gente rica.
[11]
[pausa] Eu vou correr terra para ver se ganho [pausa] rolha, para a gente ser ricos como os nossos vizinhos".
[12]
[pausa] E o pai vai: "Pois hás-de ir, filho"!
[13]
[pausa] Chegou um dia,
[14]
ele disse: "Ó pai, vou caminhar hoje"!
[15]
E [vocalização] o pai disse: "Pois hás-de.
[16]
Vai quando quiseres.
[17]
Agora, tu queres a minha benção ou queres dinheiro"?
[18]
[pausa] E vai o filho,
[19]
virou-se para o pai,
[20]
ficou assim a pensar
[21]
e disse: "Pois, o [vocalização] a benção do pai é muito bom,
[22]
mas o dinheiro ainda é melhor.
[23]
Eu vou-me governar vai ser com o dinheiro,
[24]
não vou-me governar com a benção do pai".
[25]
O pai deu-lhe um saco de dinheiro
[26]
e ele caminhou.
[27]
[pausa] Foi andando [pausa] por essas terras fora,
[28]
quando chegou a um certo lugar [vocalização], o homem com o saco do dinheiro às costas que o pai não deu-lhe a benção; caminhou, o pai não deu-lhe a benção ,
[29]
um saco de dinheiro às costas, os ladrães viram-no,
[30]
deram-lhe fogo,
[31]
mataram-no,
[32]
roubaram-lhe o dinheiro.
[33]
A cabo de um ano, o acima d-, deste deste mais moço ac- acima do mais moço disse: "Ó pai, o meu irmão com certeza que não aparece é que vai muito bem.
[34]
[pausa] Também vou-me correr terras".
[35]
E o pai disse: "Ó filho, pois então eu fico com mais tua mãe e este desgraçado aqui
[36]
Mas se quiseres dir, vai".
[37]
[pausa] Pegou em si,
[38]
aparelhou-se para caminhar.
[39]
E o pai foi assim: "Mas [pausa] queres a minha benção ou queres dinheiro"?
[40]
E ele disse: "Ó pai, eu antes quero dinheiro que o meu irmão governou-se foi com o dinheiro;
[41]
eu também quero-me governar é com o dinheiro, [pausa] que é melhor".
[42]
caminhou.
[43]
A cabo de um ano, nunca mais houve resultado nenhum [pausa] de família nenhuma deste desse casal.
[44]
[pausa] O mais tolo, que era tolo, o mais velho, foi assim: "Ó pai, eu era houvera de ir correr terras que os meus irmãos estão bem!
[45]
Não aparecem,
[46]
então estão bem"!
[47]
E o pai disse-lhe: "Ó filho, tu hás-de ir, se quiseres dir.
[48]
O que é que queres?
[49]
Queres dinheiro ou queres a minha benção"?
[50]
"Ó pai, o dinheiro é muito bom,
[51]
mas eu antes quero a benção do pai".
[52]
E o pai vai,
[53]
deitou-lhe a benção,
[54]
deu-lhe uma coisinha de dinheiro para a viagem,
[55]
e caminhou.
[56]
Som de passos Viva!
[57]
E caminhou.
[58]
Foi andando, andando,
[59]
e quando vai [pausa] encontrou uma velha [pausa] muito velha!
[60]
[pausa] Ele, ao mesmo tempo, encontrou um homem, um perfeito homem, um homem de corpo.
[61]
[pausa] E vai o homem com um cão pintado de branco e de preto, um cão muito grande, e com uma espada muito grande ,
[62]
[pausa] e vai o homem
[63]
foi assim: "Homem, o senhor [pausa] para onde é que vai"?
[64]
Mas este tolo levava um bordão de ouro, um b- que o pai lhe tinha oferecido.
[65]
"Homem, vou correr terras".
[66]
"Homem, o senhor, onde é que foi buscar este bordão"?
[67]
"Oh, isto é uma oferta que o meu pai [vocalização] me deu".
[68]
"Olhe o senhor, [pausa] se o senhor desse-me este bordão, eu dava-lhe esta espada e este cão.
[69]
[pausa] Olhe, este cão faz tudo o que a gente lhe manda;
[70]
e esta espada também faz tudo o que a gente manda.
[71]
Se o senhor disser: "Minha espada, corta o pescoço [pausa] àquele homem ou àquela senhora", corta logo;
[72]
se o senhor mandar este cão fazer uma maldade qualquer, ele faz também".
[73]
"Diacho!
[74]
Isto é uma oferta do meu pai
[75]
e eu vou-me correr terras,
[76]
mas o senhor, se é assim, o senhor
[77]
Ou então eu dou-lhe o bordão".
[78]
E o homem vai,
[79]
o bordão
[80]
e o outro o cão
[81]
e a espada.
[82]
Caminhou.
[83]
Foi andando, andando e quando é que encontra
[84]
[pausa] Mais adiante, encontra um indivíduo
[85]
e pensa que é o mesmo homem:
[86]
"Mas eu vou experimentar esta espada".
[87]
O homem tinha-lhe dado a volta para ver se roubava a espada e o cão a ele.
[88]
E era um homem muito gordo.
[89]
Ele foi assim: "Minha espada, corta o pescoço àquele homem"!
[90]
A espada saiu de da mão do homem,
[91]
foi
[92]
e cortou o pescoço do homem.
[93]
Ficou muito contente.
[94]
Caminhou com a espada e com o cão.
[95]
Foi andando, andando, muito ao longe, por longe, e quando encontra outro homem.
[96]
"Homem, isto hoje é que é o mesmo homem.
[97]
Eu matei-o.
[98]
Mas é que é o mesmo homem".
[99]
[pausa] Mais um homem com uma espada e com um cão igual igual ao seu!
[100]
E vai o homem,

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