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Bandeiras, excerto 6

LocalidadeBandeiras (Madalena, Horta)
AssuntoA casa de habitação
Informante(s) Carina

Text: -


[1]
INF Ah, sim.
[2]
Fazemos filhoses,
[3]
fazemos sopas doiradas,
[4]
INF fazemos biscoitos.
[5]
Sim senhora.
[6]
Conforme.
[7]
Às vezes, a gente sai que o trabalho não deixa a gente fazer tudo,
[8]
faz-se uma coisa mais rápida.
[9]
A gente chega
[10]
Ele um bolo doce, às vezes é preciso acender o forno.
[11]
E assim as filhoses, a gente bate-as,
[12]
deita-se a gordura para o tacho
[13]
e fazemos ali um quilo ou dois de filhoses num instante.
[14]
É isso assim.
[15]
INF Para o Espírito Santo.
[16]
Aquela [pausa] Também fazem.
[17]
E eu também na minha casa, logo que tenho modo que eu sou uma criatura que trabalho na fábrica , mas logo que tenho, acendo o meu forno,
[18]
faço três, quatro bolos de milho.
[19]
Atrás, pego em dois quilos de farinha, que ali [vocalização] seis, sete, oito bolinhos, como a gente quer fazer o tamanho,
[20]
faço.
[21]
E depois, durante a semana, a gente quer um bocadinho de bolinho,
[22]
ele torna-se molinho e macio,
[23]
ele muita vez se mete na boca com um pingo de café e pronto!
[24]
INF É sempre, sempre.
[25]
Não leva nenhuma de milho.
[26]
É sempre assim.
[27]
INF Ah, pois, ele a farinha de milho então é fácil!
[28]
Porque a farinha de milho, a gente peneira-a dentro da nossa selha,
[29]
a gente peneira,
[30]
põe-se ao lume a ferver,
[31]
deita-se uma mãozinha de sal,
[32]
escalda-se, muito bem mexidinho,
[33]
deixa-se a massa cozer um bocadinho,
[34]
e depois quando ela vem, que a ge- a massa está a querer arrefecer, a gente então mexe-a para não a massa não tomar o seu coirozinho por cima, para ficar boa.
[35]
E depois, a gente amassa muito bem amassadinho,
[36]
deitamos um punhado de farinha de trigo
[37]
e enrol- amassamos,
[38]
enrolamos o nosso bolo
[39]
e tendemos
[40]
e o cozemos.
[41]
INF É no forno, sim senhora.
[42]
INF Neste?
[43]
É à mesma,
[44]
é à mesma.
[45]
INF pessoas que fazem de várias maneiras.
[46]
Até pessoas que têm uma frigideira das de fogão, que ele fazem o seu bolinho no fogão.
[47]
Mas então a gente é [vocalização] próprio é o forno.
[48]
O forno é que a gente lhe larga um braçado de lenha, é que arde e que cozemos o nosso bolo.
[49]
E atrás aproveitamos fazer qualquer miudeza que precisamos:
[50]
ou uns biscoitos, ou assar uma carne, ou assar umas postas de peixe
[51]
Para a gente é conveniente é o forno da lenha!
[52]
INF É [vocalização] nuns tabuleirinhos que nós temos mesmo.
[53]
INF Ou nuns tabuleiros de lata, ou uns que a gente tem.
[54]
Por exemplo, uns alguidarinhos antigos de barro, ou então nestes pírex que nós temos, que a gente deita
[55]
Mas eu, eu faço diferente.
[56]
Eu ponho o peixinho em cima dumas folhas de vinha,
[57]
ponho a assar juntamente com o bolo,
[58]
o peixe fica rosadinho,
[59]
tiro-o para fora;
[60]
ponho dentro do meu pirexinho uma roldanazinha de cebola,
[61]
ponho o meu peixinho,
[62]
vai outra vez, ou uma coisinha de manteiga ou uma coisinha de de gordura;
[63]
torno a pôr outra roldanazinha de peixe, outra roldanazinha de cebola,
[64]
e é que faço então o meu guisadozinho.
[65]
Outras vezes também o roso,
[66]
e faço então como quem faz o molhinho a carne:
[67]
com a sua jamaicazinha, um pauzinho de canela, o seu colorau,
[68]
e e lhe faço aquele molhinho assim como é quem faz a carne, sem levar cebola
[69]
Assim é que eu faço o peixinho.
[70]
Para ficar saboroso!
[71]
Deita-se uma coisinha de malagueta,
[72]
também é um petisco, com um copo de vinho!
[73]
Risos Não é verdade?!

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