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Bandeiras, excerto 6
Text: -
Às vezes, a gente sai que o trabalho não deixa a gente fazer tudo,
faz-se uma coisa mais rápida.
Ele um bolo doce, às vezes é preciso acender o forno.
E assim as filhoses, a gente bate-as,
deita-se a gordura para o tacho
e fazemos ali um quilo ou dois de filhoses num instante.
INF Para o Espírito Santo.
Aquela [pausa] Também fazem.
E eu também na minha casa, logo que tenho modo – que eu sou uma criatura que trabalho na fábrica –, mas logo que tenho, acendo o meu forno,
faço três, quatro bolos de milho.
Atrás, pego em dois quilos de farinha, que dá ali [vocalização] seis, sete, oito bolinhos, como a gente quer fazer o tamanho,
E depois, durante a semana, a gente quer um bocadinho de bolinho,
ele torna-se molinho e macio,
ele muita vez se mete na boca com um pingo de café e pronto!
Não leva nenhuma de milho.
INF Ah, pois, ele a farinha de milho então é fácil!
Porque a farinha de milho, a gente peneira-a dentro da nossa selha,
deita-se uma mãozinha de sal,
escalda-se, muito bem mexidinho,
deixa-se a massa cozer um bocadinho,
e depois quando ela vem, que a ge- a massa está a querer arrefecer, a gente então mexe-a para não a massa não tomar o seu coirozinho por cima, para ficar boa.
E depois, a gente amassa muito bem amassadinho,
deitamos um punhado de farinha de trigo
INF É no forno, sim senhora.
INF Há pessoas que fazem de várias maneiras.
Até há pessoas que têm uma frigideira das de fogão, que ele fazem o seu bolinho no fogão.
Mas então cá a gente é [vocalização] próprio é o forno.
O forno é que a gente lhe larga um braçado de lenha, é que arde e que lá cozemos o nosso bolo.
E atrás aproveitamos fazer qualquer miudeza que precisamos:
ou uns biscoitos, ou assar uma carne, ou assar umas postas de peixe…
Para a gente é conveniente é o forno da lenha!
INF É [vocalização] nuns tabuleirinhos que nós temos mesmo.
INF Ou nuns tabuleiros de lata, ou uns que a gente tem.
Por exemplo, uns alguidarinhos antigos de barro, ou então nestes pírex que nós temos, que a gente deita…
Mas eu, eu faço diferente.
Eu ponho o peixinho em cima dumas folhas de vinha,
ponho a assar juntamente com o bolo,
lá ponho dentro do meu pirexinho uma roldanazinha de cebola,
lá vai outra vez, ou uma coisinha de manteiga ou uma coisinha de de gordura;
torno a pôr outra roldanazinha de peixe, outra roldanazinha de cebola,
e aí é que faço então o meu guisadozinho.
Outras vezes também o roso,
e faço então como quem faz o molhinho a carne:
só com a sua jamaicazinha, um pauzinho de canela, o seu colorau,
e e lá lhe faço aquele molhinho só assim como é quem faz a carne, sem levar cebola…
Assim é que eu faço o peixinho.
Deita-se uma coisinha de malagueta,
também é um petisco, com um copo de vinho!
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