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Ribeiras, excerto 11
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INF1 É um pou– É um bocadinho difícil porque a gente, estes estes botes é de origem americana.
E a ma- O maior número das coisas dos dos botes [pausa] é em palavras americanas.
INF1 E a gente, é é um calão nosso que a gente diz;
até pode não saber pronunciar.
Posso-lhe dizer as peças do bote.
Pois [vocalização] a gente usa,
estanuó é o remo do governo atrás.
Isto é uma palavra mal pronunciada com certeza, porque, é claro, isto deve ser um calão am-…
Isto, a gente [pausa] vai sempre de pais para filhos, dizendo as mesmas palavras,
mas a palavra pode ser mal pronunciada.
E depois tem a [vocalização] os raloques:
é as forquetas que a gente põe o os remos para remar, na borda do bote.
[vocalização] A gente chama raloques.
Tem o [vocalização] chotuópe:
é o cabo que [vocalização] amarra os dois arpães um ao outro, à mesma linha.
Isso também é u- é uma palavra americana.
Mas quando é baleia grande, a gente [pausa] dá-lhe o primeiro
e depois en- logo, logo, logo rápido, segundo se pode, mete outro arpão na mesma linha.
Amarra o cabozinho ao arpão
e está a puxar na mesma linha, com os dois arpões agarrados.
[pausa] Falta aí o ópe, que é o cabo de a gente deitar a lancha para o reboque da lancha.
é o cabo que a gente amarra às lanças para lançar e puxar e matar a baleia.
Tudo coisas [pausa] americanas.
Até no pano mesmo, tenho o gafe;
INF1 O gafe é aquele pau que a gente usa em cima, que é em cima [pausa] no pano.
INF2 Para botar o pano acima.
INF1 Não senhora, não senhora.
INF2 É engatado ao próprio mastro.
Vem lá parte do [vocalização] Aquele pau leva o pano
INF2 e fica em baixo o bumbo.
INF2 E é a escota da giba.
ele tem a escota – as escotas –, porque o pano da giba tem as escotas.
INF1 É, é É o pano que vai por dentro do mastro.
É um panozinho que a gente iça também por dentro do mastro que é para concluir a vela completa do da embarcação.
INF2 Chamam àquilo a giba – gibra.
INF1 Então vê, isso é o que é a conversa que eu acabei de dizer à senhora,
a gente, isso é o calão que a gente traz dos nossos pais;
e a gente pronuncia como os nossos pais pronunciaram,
[pausa] E depois tem mais:
temos umas pás pequeninas – mais pequenas – que é para a gente remar de vela, em cima da borda, [pausa] para a gente ajudar o bote a andar mai- mais rápido – quando ele a [pausa] brisazinha anda for-, fora fraca, que eles dizem que é fraca, o vento é pouco.
[vocalização] Temos também um pinguinho – isto também é nome que não deve ser bem pronunciado – que é de deitar a água fora, para desviar, para para aliviar os botes da água.
INF1 Exactamente, minha senhora.
INF2 Exactamente, mas é diferente.
É como um caneco antigo, que aqui usavam antigamente para beber água.
INF2 É de madeira, redondinho,
depois leva uma mãozinha assim, que a gente vai tirando com aquela mãozinha e despejando para fora.
[pausa] E por acaso, a senhora se quiser ver, pode ir ver ali ao bote.
E tem aí então o [vocalização] o balde também, que ele [vocalização] é um baldezinho, em madeira também, que é para a gente também deitar a água fora; e pôr água na linha quando a linha vai com muita velocidade.
Quando eles trancam a baleia e a linha vai com muita velocidade, cria lume.
INF1 A pele, às vezes, leva.
Aquece que empola as mãos!
E chega a queimar a linha de ir contra o cepo, que a seguir vou mostrar melho- à senhora, se quiser ver.
Ela indo contra o cepo, pois, chega a queimar a linha, a enegrecer a linha.
De forma que deita-se água na linha por causa de amole- [vocalização] de ficar húmida para não queimar.
INF2 E tem a tem a espelha.
INF1 Para abrir o buraco.
INF2 E o meu sogro explica à senhora as três bandeiras que se usa dentro do bote.
É [vocalização] Ele é aquela é aquela ferramenta que a gente faz o buraco na cauda da baleia para rebocar –
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