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Bandeiras, excerto 21
Text: -
mas é nas casas de parede é que tem a umbreira.
Que a gente faz aqui umbreiras com uns pesos grandes, largos.
mas já não se diz que tem lumieiras,
nem tem porque é de blocos.
Isso é das antigas, das de pedra.
A de pedra é também, para a portadas.
INF1 Isto é uma dobradiça.
INF1 Ah, tem um taramelão.
Mas isso é nas casas antigas,
era um taramelão que se chamava.
INF1 Um bocado de madeira, ligado a um cabinho,
e deita a mão à àquele cabinho
e abre a taramela para o ar.
E é assim, [pausa] nas casas mais antigas.
Estas agora já estão mais modernazinhas,
já a gente agora é os trincos.
[pausa] A gente chama um fecho, para segurar a porta.
Estas casas de blocos todas têm.
Olhe, olhe, tem aquela tem um [vocalização] fechinho em cima
e tem outro em baixo, que é por causa de segurar a porta.
Porque a gente não pode pôr tranqueira, como antigamente se punha umas tranqueiras de ferro porque estas não têm largura de se poder pôr a tranqueira.
[pausa] Não mates a gente todos aqui dentro.
INF2 Não posso dizer nada porque estou comendo.
INF1 Da, da, das antigas Nas antigas, a gente punha era um postigozinho com um vidrozinho para a gente ver.
INF1 Agora já não se usa, que estas casas modernas…
A não tirar que se ponha uma porta com vidros grandes!
Mas assim como eu, não é preciso, que eu tenho aqui uma janela grande, tenho claridade bastante.
Mas antigamente era assim:
com o seu postigozinho, era o seu [nome] [pausa] para a gente ver.
INF1 Dou a volta Dou a volta à minha fechadura a fechar a minha porta.
INF1 A de cima é a fechadura e a de baixo é o trinco.
INF1 A gente não tem outros.
[pausa] Tenho no armazém umas portas com esses ferrolhos, como a senhora diz,
Aqui é só a a chave e o trinco.
INF1 Eu tenho um bidão de petróleo,
botava sempre nas minhas lamparinas [pausa] que era por causa da minha luz.
Mas agora tenho-as cheias ali fora
Já tenho a minha luz eléctrica,
Foi o melhor que fizeram-nos neste neste mundo.
tinha duas de pé, com os seus vidros,
e tenho duas teimosas: uma sem pé e outra com outro pezinho.
INF1 Teimosas é de umas pequeninas.
Tem uma, uma, o [vocalização] a torcidinha muito estreitinha
INF1 e o vidrinho pequenino, baixinho.
Mas também é de petróleo.
INF1 Não, a de azeite não cheguei…
INF1 Não cheguei a usar de azeite.
Já víramos, quando se alumiavam umas candieirazinhas, que a gente deitava no pratinho o azeite, e [vocalização] punha-se uma torcidazinha e punha-se um bocadinho de pau a segurar a torcidazinha para arder aquilo ali naquela beirinha.
Mas já não não u- cheguei a usar disso porque já somos mais novos,
não agarrámos tanto essa vida atrasada.
Mas os nossos antigos, coitadinhos, que [vocalização] trabalharam muitos serões com isso.
INF1 Aqui, está há, mais ou menos, como dois meses e picos [pausa] – é que principiou a haver luz aqui.
INF1 Mas Mas a gente já no meu tempo era – agora no meu tempo – era muita força de petróleo, muita força de petróleo.
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