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Bandeiras, excerto 21

LocationBandeiras (Madalena, Horta)
SubjectA casa de habitação
Informant(s) Carina Bocácio
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationMárcia Bolrinha

Text: -


[1]
INF1 ,
[2]
mas é nas casas de parede é que tem a umbreira.
[3]
Que a gente faz aqui umbreiras com uns pesos grandes, largos.
[4]
estas é de blocos,
[5]
não temos isso,
[6]
é tudo, tudo blocos.
[7]
, abre-se as portadas
[8]
mas não se diz que tem lumieiras,
[9]
nem tem porque é de blocos.
[10]
Isso é das antigas, das de pedra.
[11]
A de pedra é também, para a portadas.
[12]
INF1 Isto é uma dobradiça.
[13]
INF1 Uma dobradiça.
[14]
INF1 Isso é a fechadura.
[15]
INF1 Tem o seu trinco.
[16]
INF1 Ah, tem um taramelão.
[17]
Mas isso é nas casas antigas,
[18]
era um taramelão que se chamava.
[19]
INF1 Um bocado de madeira, ligado a um cabinho,
[20]
e a gente vai
[21]
e deita a mão à àquele cabinho
[22]
e abre a taramela para o ar.
[23]
E é assim, [pausa] nas casas mais antigas.
[24]
Estas agora estão mais modernazinhas,
[25]
a gente agora é os trincos.
[26]
INF1 Ah, é um fechinho.
[27]
INF1 Um fechinho.
[28]
[pausa] A gente chama um fecho, para segurar a porta.
[29]
Estas casas de blocos todas têm.
[30]
Olhe, olhe, tem aquela tem um [vocalização] fechinho em cima
[31]
e tem outro em baixo, que é por causa de segurar a porta.
[32]
Porque a gente não pode pôr tranqueira, como antigamente se punha umas tranqueiras de ferro porque estas não têm largura de se poder pôr a tranqueira.
[33]
[pausa] Não mates a gente todos aqui dentro.
[34]
INF2 Não posso dizer nada porque estou comendo.
[35]
INF1 Da, da, das antigas Nas antigas, a gente punha era um postigozinho com um vidrozinho para a gente ver.
[36]
INF1 Agora não se usa, que estas casas modernas
[37]
A não tirar que se ponha uma porta com vidros grandes!
[38]
Mas assim como eu, não é preciso, que eu tenho aqui uma janela grande, tenho claridade bastante.
[39]
Mas antigamente era assim:
[40]
com o seu postigozinho, era o seu [nome] [pausa] para a gente ver.
[41]
INF1 Dou a volta Dou a volta à minha fechadura a fechar a minha porta.
[42]
INF1 A de cima é a fechadura e a de baixo é o trinco.
[43]
INF1 É a minha chave.
[44]
INF1 A gente não tem outros.
[45]
[pausa] Tenho no armazém umas portas com esses ferrolhos, como a senhora diz,
[46]
mas aqui não tenho.
[47]
Aqui é a a chave e o trinco.
[48]
INF1 Agora acendo
[49]
INF2 O petróleo.
[50]
INF1 Eu tenho um bidão de petróleo,
[51]
botava sempre nas minhas lamparinas [pausa] que era por causa da minha luz.
[52]
Mas agora tenho-as cheias ali fora
[53]
mas não me uso delas.
[54]
tenho a minha luz eléctrica,
[55]
é uma maravilha!
[56]
Foi o melhor que fizeram-nos neste neste mundo.
[57]
INF1 Eram de petróleo.
[58]
INF1 Era de ,
[59]
tinha duas de , com os seus vidros,
[60]
e tenho duas teimosas: uma sem e outra com outro pezinho.
[61]
INF1 Teimosas é de umas pequeninas.
[62]
Tem uma, uma, o [vocalização] a torcidinha muito estreitinha
[63]
INF1 e o vidrinho pequenino, baixinho.
[64]
Mas também é de petróleo.
[65]
INF2 Nada.
[66]
INF1 Não, a de azeite não cheguei
[67]
INF1 Não cheguei a usar de azeite.
[68]
víramos, quando se alumiavam umas candieirazinhas, que a gente deitava no pratinho o azeite, e [vocalização] punha-se uma torcidazinha e punha-se um bocadinho de pau a segurar a torcidazinha para arder aquilo ali naquela beirinha.
[69]
Mas não não u- cheguei a usar disso porque somos mais novos,
[70]
não agarrámos tanto essa vida atrasada.
[71]
Mas os nossos antigos, coitadinhos, que [vocalização] trabalharam muitos serões com isso.
[72]
INF1 Aqui, está , mais ou menos, como dois meses e picos [pausa] é que principiou a haver luz aqui.
[73]
INF1 Mas Mas a gente no meu tempo era agora no meu tempo era muita força de petróleo, muita força de petróleo.

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