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Ribeira do Meio, excerto 29

LocalidadeRibeira do Meio (Lages do Pico, Horta)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Celestina Célia Boiardo

Text: -


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[1]
INF1 Aquela re reseima toda tirada, fica a cebola daqui, tanto que até a gente não arrota nem nada.
[2]
Nada, nada, nada!
[3]
Não tem arroto nenhum da, da, da daquela reseima da cebola.
[4]
INF2 Eu quando como a morcela à noite, [vocalização] ponho-me a arrotar.
[5]
INF1 A gente [vocalização] , esta de casco, a gente coze juntamente com a tripa, tudo cozido.
[6]
O sangue vivo, e tudo, é tudo cozido com a tripa.
[7]
Mas sendo de rama, a gente na-, na costuma a cozer fora, a rama, que é para depois então meter na tripa.
[8]
É cozer depois o sangue e a tripa.
[9]
E quem deita vinho nas morcelas.
[10]
Logo que não sangue bastante, é vinho é que se manda para dentro.
[11]
INF3 Vinho branco.
[12]
INF1 Isso é que não.
[13]
Vinho tinto!
[14]
estive numa matança que não tinha sangue bastante, que era aquela mastrulhos emparcados e nada de coiso,
[15]
e pegaram em dois copos de vinho
[16]
e deitaram-lhe dentro.
[17]
Eu também nunca tinha visto.
[18]
Mas diz que fazem.
[19]
E por acaso, provei morcelas de
[20]
e não estavam tão des-saborosas.
[21]
INF2 E ficaram saborosas?
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INF1 Ficaram.
[23]
Por acaso, ficaram.
[24]
INF1 Aquilo logo que não sangue, tem de se resolver de qualquer maneira.
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Não, mas se fosse mais cedo, eu amanhava morcela para para comer.
[26]
INF1 Não?
[27]
Não custava.

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