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Madalena, excerto 35
Text: -
INF Não, é estes nossos barcos,
Fazem todos esta mesma pesca.
Só o que tenho é o anzol,
É o mesmo arame, conforme:
a gente há pescas que o arame é mais fino, outras é mais mais grosso.
Por exemplo, esse da gata tem que ser um arame mais grosso.
Mas [vocalização] o anzol, o anzol então é estorvado,
é amarrado é é com um fio, ou com com um nylon – caçam com o fio de nylon.
E depois – a gente chama aqui um trincafio, porque é com o arame muito fininho – é todo embrulhadinho no tal c- na tal coisa.
a gata tem uns dentes, para não cortar a seda fora, para quando quando apertar a boca,
aperta no tal arame para não cortar [pausa] com os dentes, que os dentes da gata é muito fino também.
E o tal tubarão é, a bem dizer…
O rabo é [vocalização] é uma espécie da gata ou do cação.
INF Pois ele o rabo do do, do marracho é igual ao do cação.
estávamos no barco pescando, e eles virem até à gente, a vir comer o peixe que a gente traz.
Andarem acolá [vocalização] cheios de fome, ali em volta da embarcação, a gente fazer pirraças a eles, até, às vezes, ter latas dentro, claro, chegou-se a fazer muita vez.
Latas, a gente tem as latas que leva, às vezes, com engodos para o mar, ou um balde,
e a gente, com um arame, – como aquilo é um peixe que tem um dente muito fino, corta tudo,
e a gente faz ali [vocalização] amarra um anzol muito bem amarrado, só com o arame.
E a gente enfia ali [vocalização] um peixe ou dois, acolá uma isca,
e a cabo dali de um metro ou dois, amarra o tal balde, muito bem amarrado, um preparo forte!
A gente A gente puxa para o anzol trancar bem na boca
e depois deixa o balde caminhar.
Vai sempre aquela impressão do do balde,
INF Faz-se estas pirraças também a eles.
[pausa] Há peixe que a gente pesca…
Porque não ele, a bem dizer a gente não [vocalização] não têm utilidade nenhuma,
nem prestam para comer, nem nada.
E a gente, às vezes, estamos pescando e [vocalização] e muito fundo,
e a gente tem que vir acá acima [pausa] para pôr outra isca ou para tirar aquele peixe da isca ou coisa,
[vocalização] a gente chega,
e a gente às vezes corta-os aos bocados
e [vocalização] joga ao [vocalização] mar outra vez porque – fazendo mal ao peixe!
Mas aborrecidos com a nossa vida [pausa] do coiso!
E eles não têm culpa nenhuma de pegar porque também estão com fome.
INF Mas a gente tem que ser assim.
INF Pois, vão alimentar outros.
Vão alimentar ao tal marracho que se chama, porque é o marracho.
A bem dizer, na pesca de submarina, nunca vi.
Já estive [pausa] uma vez, na pesca,
estava mais um irmão meu, que é esse meu irmão que mergulhava mais eu, e esse outro dentro do barco.
E ele me Iam-me a chamar depressa para eu saltar para dentro do barco,
Não vi mais nada não vi, eu não [vocalização] .
quando saltei, só vi, quando ele [verbo] assim com o rabo, aquela água que ele fez,
Mas os franceses, é um [vocalização] são uns homens que gostam do tubarão.
Porque eles dizem que o tubarão não faz mal.
[pausa] Que sendo dois, que aí podem fazer mal se se atacarem, se fizerem mal a ele;
mas se não fere, o tubarão chega ao pé da gente,
Não sei se é verdade, se é mentira, porque nã- não vi, nem queria ver nenhum!
Não queria mesmo ver nenhum.
Este rapaz, que é este Beltrão, que ele é francês, este rapaz tem fotografias mesmo [vocalização] pesca do tubarão…
É dono duma fábrica de roupa de senhora.
Veio aqui o primeiro ano aqui, aqui à pesca juntamente com um tio francês, também, que já tinha vindo acá à pesca;
depois queriam ir aqui aos ilhéus aqui,
como eu estava ali, falaram comigo se eu queria ir,
perguntaram: "Quanto é"?,
e eu disse que não era nada.
Lá tive a pachorra de andar com eles.
eles deram-me o peixe – até tinham apanhado duas anchovas e ainda se viu um mero –,
e deram-me trezentos escudos.
Eu até nem queria pegar no dinheiro,
eles lá me deram o dinheiro;
depois se [vocalização] disseram se queria se eu podia ir ao outro dia,
e hoje em dia somos grandes amigos.
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