Representação em frases

Camacha, excerto 14

LocalidadeCamacha (Porto Santo, Funchal)
AssuntoA alimentação
Informante(s) Acidália Aarão

Texto: -


[1]
INF1 Então não é?
[2]
Era uma salgadeira.
[3]
De primeiro, era uma salgadeira de madeira, que minha mãe tinha.
[4]
INF1 E punha [vocalização] Salgavam.
[5]
O meu pai salgava numa banheira
[6]
e depois ia arrumando direitinho.
[7]
E a cartola era de madeira por fora
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e por dentro era coberta de cimento, [pausa] para não derramar a moira. A moi
[9]
INF1 Derramar a moira.
[10]
Porque a moira tinha que abafar a carne,
[11]
quando não, dava-lhe o ranço.
[12]
INF1 Era com sal.
[13]
[pausa] Eu fazia com sal
[14]
e depois deitava-lhe um ovo.
[15]
Se o ovo viesse acima de água, [pausa] a moira estava pronta.
[16]
INF1 Sim senhor.
[17]
E até minha mãe punha umas pedras para a carne não levantar.
[18]
Sim senhor.
[19]
Ainda me lembra o
[20]
INF1 Era co-, p-, podia-se Podia-se salgar hoje [pausa] e começar a comer [vocalização] amanhã.
[21]
E se tivesse carne que desse para o ano inteiro, mas estava em cima daquela moira, nunca se lhe tocava com as mãos
[22]
INF2 Era tirado com um garfo
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INF1 Era tirado com um garfo e a moira não [vocalização] .
[24]
Porque [vocalização] tocando com as mãos, a moira [pausa] ficava estragada.
[25]
INF2 Que estraga a moira.

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