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Camacha, excerto 14

LocationCamacha (Porto Santo, Funchal)
SubjectA alimentação
Informant(s) Acidália Aarão
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)Gabriela Vitorino Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Então não é?
[2]
Era uma salgadeira.
[3]
De primeiro, era uma salgadeira de madeira, que minha mãe tinha.
[4]
INF1 E punha [vocalização] Salgavam.
[5]
O meu pai salgava numa banheira
[6]
e depois ia arrumando direitinho.
[7]
E a cartola era de madeira por fora
[8]
e por dentro era coberta de cimento, [pausa] para não derramar a moira. A moi
[9]
INF1 Derramar a moira.
[10]
Porque a moira tinha que abafar a carne,
[11]
quando não, dava-lhe o ranço.
[12]
INF1 Era com sal.
[13]
[pausa] Eu fazia com sal
[14]
e depois deitava-lhe um ovo.
[15]
Se o ovo viesse acima de água, [pausa] a moira estava pronta.
[16]
INF1 Sim senhor.
[17]
E até minha mãe punha umas pedras para a carne não levantar.
[18]
Sim senhor.
[19]
Ainda me lembra o
[20]
INF1 Era co-, p-, podia-se Podia-se salgar hoje [pausa] e começar a comer [vocalização] amanhã.
[21]
E se tivesse carne que desse para o ano inteiro, mas estava em cima daquela moira, nunca se lhe tocava com as mãos
[22]
INF2 Era tirado com um garfo
[23]
INF1 Era tirado com um garfo e a moira não [vocalização] .
[24]
Porque [vocalização] tocando com as mãos, a moira [pausa] ficava estragada.
[25]
INF2 Que estraga a moira.

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