Representação em frases
Camacha, excerto 15
Texto: -
INF Mas já não faço trabalho como eu fazia.
Cheguei a fazer trabalho [vocalização] [pausa] de [vocalização] [pausa] noventa [vocalização], cem, cento e tal meadas, toalhas de dois metros e meio.
[pausa] Mas agora já nem dá dava…
Mas elas não se importam!
INF Elas não se importam porque [vocalização] querem é que fique boa.
INF Isto agora é uma senhora da vila muito, [pausa] muito conhecida.
[pausa] Mas ela paga, coitadinha,
[pausa] Não tenho que dizer dela.
Não sei se têm o conhecimento do [vocalização] …
É a mercearia ao lado do supermercado [pausa] – quem vem para a padaria, está ali uma mercearia…
[pausa] E [vocalização], e quem vem [pausa] Quem vem por aquela que passa a ponte, uma ponte [vocalização] ao lado de cima da praça, onde tem [pausa] – há o supermercado – [vocalização] barracas de vender fruta e é mesmo aquela mercearia que está ali [vocalização].
Não há mesmo outra mercearia, no Porto Santo.
É só aqueles três supermercados.
[pausa] Mas aquele senhor, como a casa é sua e tudo, não quer largar o seu [vocalização]…
Também não vai para outra banda.
[pausa] Ela agora vai ter u-, a ne- – a filha vai ter um menino, que é o primeiro menino – quer fazer a [vocalização] colchinha da alcofa,
mas quer fazer com folhos e já se sabe.
Lá todo [pausa] E eu é que pago.
INF Eu é que pago para bordar.
mas eu já ve- já vou vendo pouco por os óculos
e uns óculos é vinte e tal contos e [vocalização]…
É um problema que esta gente de Porto Santo tem, muita gente.
Mas muita gente ainda ganham ganha, graças a Deus.
INF Ah, muita gente bordava.
Assim para noivos ou [vocalização] para coisa,
Há gente que borda muito mal feito.
Na casa de bordados, mais depressa passa
mas, às vezes, ainda está certas casas que mandam trabalho para trás.
[pausa] E agora praticamente já m- muitas casas fecharam.
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