Representação em frases
Tanque, excerto 24
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INF A gente é que ia buscar.
INF Tinha-se um burrinho,
[pausa] ia-se buscar e levar a farinha.
Trazi- Trazia-se-o em grão
[pausa] E é espesso quase como uma enxó.
Não é bem a enxó, que é mais direita.
[pausa] Quando é que A gente tinha aquilo afinadinho, tudo amoladinho
[pausa] e quando era preciso, que a gente via que ela que já não moía bem, [pausa] a gente levantava-se [pausa] e picava-se.
Aquilo tem um [vocalização]…
INF Levantava-se com uma barra de ferro.
Levantava-se assim, mais ou menos por esta altura,
tinha uns calços de pau por baixo
e quando a gente chegava àquela altura, que a gente se podia pegar, às vezes era preciso dois.
Para levantar, empinava-se
e então é que começava-se a picar.
INF Era, era os tais [pausa] É os tais [pausa] estais, num andamento que era muito
e aquilo fazia uma guinchada: chchchch.
Era a tal guinchada que fazia.
INF Ah, mas eu t-, eu estava sempre a [vocalização] a pau.
E depois quando [pausa] faltava o grão, começava a furar, que já não tinha nada e a gente se via.
[pausa] E a gente [pausa] tirava-se o resto assim mais para baixo, uma coisinha
[pausa] e depois deitava-se outro, dentro da moega para
INF de a trancar, por causa de dividir o grão.
Porque quando estava aviando um, a gente metia uma pá de cima para baixo.
[pausa] Deitava-se o outro de dentro,
depois, quando este estava aviando, a gente [pausa] levantava a pazinha, ele começava outra vez a correr.
A gente, vá, graduava-se mais ou menos aquela medida
e quando a gente via que vinha muito, a gente [pausa] arreava-se a pá outra vez pa- mais para baixo uma coisinha [pausa] e pronto.
Depois tinha o tal cachorro que estava [vocalização] a estremecer.
quando a gente via que era muito, [pausa] era onde a gente ia da tal pazinha e fechava-se mais.
INF Sim senhora, então, a cair lentamente.
INF E- Er- uma espécie quase como água.
INF Sempre naquela [vocalização] média.
INF Eu tenho tido tantas.
mas, é claro, depois mudei.
andei [vocalização] na Florestal, enfim…
Agora é que tenho a minha reforma.
INF Veio, uma altura, aqui, [pausa] um decreto – que o turismo é que se metia nisso – para melhorar os moinhos, para isso não acabar –
[vocalização] era [vocalização] claro, não era para fazer novo,
era para fazer uma média para que aquilo melhorasse, que aguentasse mais uns anos.
Mas houve uns mais espertos,
[pausa] quiseram fazer novo,
agarraram-se ao dinheiro,
gastaram metade do dinheiro,
o outro [pausa] para a algibeira
e os outros ficaram a vigiar.
INF Devia ser uma média, dividido um tanto a cada, para melhorar.
houve deles que se fartaram.
Se Se isso aprovasse, que desse o conserto em todos, estava tudo aí,
depois também [pausa] não houve trigos, nem cevadas, nem milho, nem nada,
depois, [pausa] já sem na casa fechada, [pausa] arrombaram-lhe com a porta,
até sujavam dentro e aquela coisa toda.
Depois houve um tipo que quis me comprar a pedra, [pausa] aquele que lhe chama-se o patamal.
Disse: "Olha, vocês que levem tudo"!
[pausa] Que me servia que ter aquilo?
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