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Serpa, excerto 35
Text: -
INF Estão à pesca de anzol.
Chama-se aquilo uma cibela.
E têm a [vocalização] a cana na mão.
INF E o anzol está na ponta da roca.
INF Que Aqui é a roca, tem o anzol, depois tem o fio [pausa] e que vem à cana.
INF O [vocalização] O que se põe?
É mesmo o nome: uma minhoca.
Que são uns bichinhos [pausa] assim desta grossura [pausa]
INF que se criam debaixo da terra.
INF Pode-se pôr, perfeitamente,
mas aquilo é o que está mais mais apropriado, que a bichareza aboquenta mais –
ou então, [vocalização] o peixe pequeno.
INF O que se chama, então, isso [vocalização] o que se chama é o seguinte.
A gente: "Tu, do que é que estás estás pescando, pá"?
"E então o que é que pusestes [pausa] na cibela" –
"Bom, pus daqueles peixes pequenos".
Ou pus ou Ou: "Pus uma minhoca".
Mas o peixe pequeno, geralmente quem põe isso – que lhe aquilo dá muito trabalho – é o o pescador, aquele que é pesc- pescador que pesca de rede, que tem umas redes apropriadas miudinhas,
e apanham aquele peixe assim, mais ou menos, deste tamanho,
[vocalização] e depois tiram uma quantidade deles que lhe faz falta para porem nos anzóis…
INF E ao Para porem nos anzóis.
E depois o resto, deitam-nos para para a água.
E cada vez que querem queiram queira, apanham uns quantos e ficam…
Agora para quem vai [pausa] com um um dia, para passar o tempo, que é um seporte [pausa] passar por para um rio, chegou ali, levou o tal dito sacho, rhum?…
Levou um sachozinho na mão – cá está o tal dito sacho, a ferramenta que está aí –,
chegou ali a umas nas areias, rente rumo até junto além àquelas [pausa] à água, que é onde há muito disso,
e cavou até que descobre uma minhoca ou duas
e pôs ali a minhoca [vocalização] e pronto.
Apanhou logo umas quantas.
Leva uma latinha [pausa] ou qualquer uma vasilha, uma vasilhinha qualquer [pausa] – suferiores –, assim uma caixa [pausa] de papelão, qualquer coisa.
Põe uma coisinha de areia
Para cada vez [pausa] que deita aquilo fora…
Que muitas das vezes há aqueles peixes pequerrichitos – hem!? – e vão, comem a minhoca.
E o grande – já vêem –, não encontrando nada, já não não come.
Já não vai porque encontra o [vocalização] arame – aquilo é um arame – e então já não pica.
E eles, volta e meia, têm que puxar aquilo para fora para ver [pausa] se verdadeiramente tem a minhoca ou não tem.
Porque muitas vezes aqueles pequenos comem-os, e depois se é o caso que comem, têm que pôr [vocalização], ou tornar a pôr, outra.
E se há um peixe grande que vai, que engole aquilo, [pausa] dá logo sinal.
Porque eles têm uma bolha – chamam-lhe eles uma bolhazinha de cortiça – que está cá no fio e desde que apanha um peixe grande, o peixe faz força e aquela bolhazinha de cortiça mete-se debaixo de água.
Em eles vendo meter a cortiça debaixo de água, já sabem que há lá peixe preso.
E então, começam a enrolar a roca.
É uma roca que tem uma manivelazinha,
e depois a linha, aquele dito fio é propriamente é uma linha.
Antes era fio [pausa] de carreto;
e agora é u- é uma linha de laine .
que eles já vendem isso apropriado.
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