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Santo André, excerto 3
Text: -
INF O matachim dos porcos, o que me vem matar os porcos.
Mas não lhe explico bem porque agora não estamos nessa ocasião.
INF Mas a ocasião da matança…
[pausa] Chegou a matança – não é? –, [pausa] o dia da matança.
INF Vem o mata- o matachim, o matador dos porcos – o matador dos porcos.
De manhã toca a a porem-se à lareira, ao lume, logo de manhã, a a matar,
nós lhe chamamos matar o bicho.
[pausa] Toca a beber aguardente [pausa] e a comer nozes ou figos [pausa] ou bolachas.
INF É isso e vinho e pão.
[pausa] Pronto, matou-se o bicho:
"Vamos lá matar os recos".
[pausa] Foi o sangrador com o com o matador,
n- os outros agarramos os recos,
e o matador diz que ele o reco:
"Ele o reco caiu no banco".
E veio a que aparou o sangue do reco.
apa- aparou-lhe o sangue para uma bacia, ou para um alguidar, não é?
Até ali era alguidares, que ele não havia bacias,
detrás dum matou-se outro – quatro ou cinco, ou três, [pausa] ou dois, [pausa] ou um.
INF Depois toca a chamuscá-los e a pelá-los.
[pausa] Depois toca a lavá-los bem lavados, com água com água e com umas pedras de esfregar e carqueja, bem esfregados, bem lavados.
toca a [vocalização] estripá-los.
Tiraram-se-lhe as tripas,
[pausa] dependuraram-se com [vocalização] a rectaguarda para o ar, com os presuntos [pausa] para o ar.
INF Tiraram-se as tripas fora.
"Já estão a abrir o porco" – [pausa] para tirar as tripas e a e os miúdos todos.
Naquele meio tempo, vem o sangue cozido.
Toca a irmos comer o sangue e a beber vinho e a comer pão.
INF Pronto, acabou-se essa comida,
toca a continuar com os recos a estripá-los [pausa] e a acabar de os lavar.
Depois acabaram de se lavar,
dependuraram-se bem dependuradinhos,
INF E dali do jantar ficaram os porcos por desmanchar até amanhã.
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