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Santo André, excerto 11

LocationSanto André (Montalegre, Vila Real)
SubjectO céu e os corpos celestes
Informant(s) Gotardo
SurveyALEPG
Survey year1984
Interviewer(s)João Saramago Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Dizem na nossa
[2]
Quando entra a lua nova e vem trovões, trovões e que to- dizem assim:
[3]
"Lua nova toada, trinta dias molhada"!
[4]
INF Está bem.
[5]
As estrelas.
[6]
INF Chamamos-lhe a estrela-do-pastor.
[7]
INF Que diz que era por que o tal pastor se guiava.
[8]
Não sabemos mais nada.
[9]
INF Eu Eu é aquilo que ouvia
[10]
INF não é? nos meus velhos.
[11]
INF O sete-estrelos.
[12]
[pausa] Esse vinha depois
[13]
chamam-lhe: " vem o sete-estrelos rondador".
[14]
INF Era a a conversa da minha aldeia.
[15]
INF Porque havia rapazes que andavam a botar as rondas de noite, que sem ninguém lhe ver, cantando.
[16]
E depois diziam:
[17]
"Olha, andam os do sete-estrelos a rondar agora".
[18]
INF A cantar, pela rua abaixo e acima [pausa] como aparecem nas cidades, deitados nos bancos.
[19]
[pausa] Cantam
[20]
e depois não podem cantar Ai, que
[21]
INF Ai, até me lembra até me lembra de ouvir,
[22]
mas olhe, eu não
[23]
INF Ai, nessas três estre-
[24]
As três estrelas.
[25]
INF As três estrelas é que eu não lhe
[26]
Essa, eu não lhe digo como é o
[27]
Ai, Gotardo!
[28]
INF Passaram-se-me as coisas.
[29]
Tão bem Eu tinha tudo tão bem encarrilhado!
[30]
INF Olhe, ai que não me lembra!

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