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Santo André, excerto 34

LocationSanto André (Montalegre, Vila Real)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Hortense
SurveyALEPG
Survey year1984
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Uma vez eu eu estreei uma blusa.
[2]
E depois a minha professora, foi logo dali que saí da escola, disse assim ele ele para uma rapariga ali na rua:
[3]
"Ó"
[4]
E ela diz-me assim:
[5]
"Ai, que asseada andas"!
[6]
E eu disse:
[7]
"Estreei uma blúsia".
[8]
Uma blúsia,
[9]
sabe?
[10]
Vem ela por trás:
[11]
"Anda .
[12]
Então como é que te ensinei na escola?
[13]
É blúsia ou é blusa"?
[14]
"Ai, é blusa".
[15]
Ficou "Que te fique em lembrança"!
[16]
Disse-me ela:
[17]
"Que te fique em lembrança"!
[18]
INF Pois, eu dizia
[19]
Agora ninguém diz blúsia.
[20]
Ele disse, aquele dia:
[21]
"uma blúsia".
[22]
E ela disse:
[23]
"Anda .
[24]
Então como é que se diz:
[25]
é blúsia ou é blusa"?
[26]
INF Eu vou-lhe descobrindo tudo.
[27]
INF Água e sabão .
[28]
Agora é o sabão em ,
[29]
é mais bom de lavar.
[30]
INF Umas barrelas.
[31]
Isso era as antigas que eu não usei disso.
[32]
Porque diz que os homens que usavam a camisa de linho, as calças de linho
[33]
Depois deitavam a água numa ba- num cesto,
[34]
punham a roupa em camadinha num cesto de vergas,
[35]
e deitavam-lhe cinza,
[36]
deitavam-lhe sabão,
[37]
e depois botavam aquela água a ferver em cima dela.
[38]
Era a tal barrela.
[39]
Mas eu não fiz nunca.
[40]
Mas ouvia-lhe falar à mãe do meu marido, que ela usava muito essa barrela.
[41]
INF Não.
[42]
deitavam o [vocalização] sabão e a cinza, que era para clarear as roupas.
[43]
Diziam que esta cinza de carvalho, da lenha de carvalho, que fazia clarear muito a roupa.
[44]
E noutros tempos a roupa era toda branquinha, de sarja e de linho,
[45]
e depois elas lavavam assim.
[46]
Era como lavavam.

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