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Santo Espírito, excerto 5
Text: -
INF E para acender o lume era outros trabalhos!
Era preciso às vezes ir pedir lume por as casas alheias
que não havia que não havia palhitos – fósforos.
INF Ia-se Íamos por as casas alheias,
"Brasinha de lume para acender o lume"!
Acendiam ao lume porque não havia fósforos.
E outras vezes, os homens usavam um isqueiro e um fuzil – não sabe? –, precisamente.
Com aquele nada de isca faziam assim lume ,
a gente botava dentro dumas vassourinhas de urze
e íamos para a porta da rua, assim, para cá e para lá, para cá e para lá, para acender a vassoura, o lume.
INF Íamos de carreira pelo corredor adiante Risos para o lume se não apagar.
Ai, isto era isto era triste!
Eu era bem novinha então.
Mas agora Mas agora é assim:
em troca das achinhas e dos pauzinhos, há petróleo.
Não Vida como se está bem levando agora, nunca nunca passou por Santa Maria.
Tudo vai correndo bem, tudo, tudo!
Os velhinhos a ganhar um dinheirinho também
[vocalização] O meu marido se era vivo não – quando eu criei onze filhos –, não precisava de trabalhar tanto como ele trabalhava, de noite e de dia.
A trabalhar ainda de jornal, ainda vinha para casa fazer serviço de carpinteiro para se poder comer, ora, ou comprar o pãezinho.
Agora, em estando grandes, os pais os filhos vêm pelos pais.
O meu Jónatas, que tem muitos filhos, eles vêm pelos pais.
E os pais, [vocalização] os velhos – os velhinhos também –, vão-lhe dando para si.
Pois dão-lhe aquele abonozinho que seja por amor de Deus.
A gente também as duas estamos ganhando.
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