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Santo Espírito, excerto 21
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INF Já há anos que não há linho.
INF Eu fabriquei linho até com a idade de…
Devia ter uns cinquenta e cinco anos talvez.
As raparigas começaram-se a casar,
Aquilo dá trabalho, muito trabalho para arranjar!
INF Porque eu, colchães, fazia colchães…
Tenho colchães além, alguns quatro ou cinco colchães.
Era lençóis de linho, urdidos com algodão e tecidos com ele com linho e estopa.
Eu ainda tenho alguns daqueles lençóis de linho, ainda.
INF Coze- Faz-se os sacos, para botar os milhos, nalgum tempo, nesses sacos…
INF É da a- do linho grosso,
Fiava-se para delgadinho para urdir.
Quem queria urdir, para não ser com algodão, para ser mais rijo, urdia-se com o linho.
O linho fi- fiadinho, que era mesmo…
Então vou-lhe dizer que [pausa] eu conheço-o bem.
Eu já tenho setenta e um ano!
INF Nalgum tempo, [vocalização] em casa de meu pai, minha mãe também fabricava muito linho!
INF E eu lembra-me de meu pai ter ceroulas – que nalgum tempo não usavam cuecas, era ceroulas – de linho.
Minha pai Minha mãe botava-lhe assim por baixo uns pedacinhos de pano e uns bocados de pano por causa de não verem que era linho,
mas ali muito bem coradinho.
E eu lembra-me de ter também camisas de linho,
que eu fica- ficava toda atormentada com as camisas de linho.
Nos primeiros tempos, eu atrapalhava-me.
Vestia uma combinação por baixo
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