Representação em frases

Santa Justa, excerto 5

LocalidadeSanta Justa (Coruche, Santarém)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Dalila

Texto: -


[1]
INF Fazemos pés de coentrada.
[2]
INF Pés de coentrada.
[3]
INF É os pés.
[4]
Porque os
[5]
INF Não.
[6]
A gente não faz,
[7]
aqui não aqui não se usa o presunto.
[8]
INF Não.
[9]
Nem sei.
[10]
A gente, os pés, partia
[11]
INF Os pés, cortam-se logo aqui assim, à ponta do porco assim;
[12]
e depois é assim uns chispes;
[13]
depois, os pezinhos, metemos no sal.
[14]
Eu é no sal muita gente que é nas arcas, mas a gente é no sal.
[15]
Depois partimos assim aos bocadinhos, aos bocadinhos
[16]
Se é muita gente, põe-se mais pés;
[17]
se é pouca gente, põe-se pouco um ou dois, não é?
[18]
Depois coze-se ali com uma pinguinha de água e um bocadinho de linguiça e uma cebolinha.
[19]
[pausa] Depois tira-se,
[20]
[pausa] em estando cozido, põe-se ali um coisinho de banha num tachinho de barro no lume no lume, no chão.
[21]
INF Num tachinho de barro, põe-se um bocadinho de cebola picada,
[22]
põe-se um raminho de coentros,
[23]
[pausa] põe-se o do porco e a linguicinha que está ali para dentro daquele tempero, e um coisinho de vinagre.
[24]
Deixa-se dar ali uma fervura.
[25]
Está ali a lo- a sopa de pão caseiro toda migada dentro duma travessa,
[26]
[pausa] despeja-se aquilo para dentro,
[27]
é comer e chamar por mais!
[28]
INF Vejam o comer que eu sei fazer, que, que a gente que eu me avezei, porque me davam na minha casa e na casa da minha mãe.

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