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Santa Justa, excerto 15
Text: -
INF Deve de haver de muito feitio, não é?
Agora a gente aqui, quando é a vinha nova – logo nova –, é [vocalização] valas muito fundas para levarem lenha, ou palha, ou isso assim, que é para depois o bacelo ficar ali ao de cima, mas depois ter onde ir comer lá quando for [pausa] parreira.
Naquela altura ainda não.
Depois de estar dois anos, ou isso assim, é que ele é que ele…
Aquilo é um bacelo que a gente lhe chama.
Foi uma, uma uma vide que rebentou.
Cá o meu pai fazia assim:
e depois essa vara, vinha muitos, muitos bravos;
e depois ele, desses bravos, arranjava um viveiro
e tornava-se bacelos enraizados;
desses bacelos enraizados, depois [pausa] eram plantados nessa tal terra que foi arranjada para a vinha;
ao fim de dois anos, se tinha grossura já, é que ela era enxertada com uma estacazinha – uma vide, que se diz –, que se vai cortar a uma das outras;
já com uma grossurazinha é que se vai pôr no tal bacelo [vocalização] – lhe chama a gente –, que é um bacelo americano.
Corta-se a rama toda que tem,
Com a outra parte duma mais velha que se foi buscar, faz-se a estacazinha.
Faz-se um golpe no bacelo,
Faz-se com uma coisa própria que é a ráfia, tudo à volta,
tudo à volta, põe-se um moitão de terra.
Se ele tiver de rebentar, rebenta,
Mas se for a mergulhia, [pausa] duma parreira velha fazer uma nova, já é diferente.
INF Chama-se uma mergulhia, porque é, ou ou seja mergulhão,
Por exemplo, aqui agora era a vinha,
A gente para o ano nesta, [pausa] com uma aqui vizinha dela, deixa uma vara por baixo.
Depois no outro ano a seguir, ela está grossa,
ela vai por baixo da terra
e vai ficar só com uma pontinha no sítio onde a outra secou.
Essa vai fazer uma parreira filha da outra.
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