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Couço, excerto 68

LocalidadeCouço (Coruche, Santarém)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Danilo

Text: -

[1]
INF O avô deste [pausa] também teve cabras,
[2]
mas depois as cabras roíam os chaparros e as oliveiras
[3]
e ele acabou com as cabras.
[4]
Tinha ovelhas e tinha vacada e tinha porcada:
[5]
tinha marrãs para criar, para engordar porcos de montado.
[6]
Agora não.
[7]
Isto tudo mudou.
[8]
Mas ainda volta!
[9]
Uns davam aí arrobas e arrobas de carne,
[10]
fica aí toneladas que davam…
[11]
A bolota dos chaparros!
[12]
E tinham limpo,
[13]
e era raro secar.
[14]
Lavravam,
[15]
adubavam,
[16]
faziam as esgalhas no seu tempo próprio;
[17]
faziam a rama para o gado vacum comer a rama – de Inverno,
[18]
esgalhavam
[19]
e o gado ia para a rama.
[20]
Antigamente o os boeiros aí na região dormiam…
[21]
Os boieiros iam para a rama com o gado.
[22]
Da- Davam assim ao gado
[23]
e o gado não ficava nos, nos nos palheiros.
[24]
Saía para o campo.
[25]
Dormia a campo.
[26]
Noites de água e isso tudo.
[27]
O bo- O boeiro era debaixo dum chapéu de sol.
[28]
Sofriam as torruras.
[29]
Isso tudo modificou.
[30]
Por baixo dum chapéu de sol, a guardar os bois de noite!
[31]
Depois isto modernizou-se.
[32]
Isto era aqui há cinquenta anos:
[33]
os boeiros davam a ceia aos bois num palheiro, rua!,
[34]
iam para o campo.
[35]
Os [vocalização] Os animais dormindo a campo eram mais resistentes!
[36]
[pausa] O boi era mais resistente.
[37]
O boi só podia ap-…
[38]
Mas mas por fim também gostava de abrigo.
[39]
[pausa] Todos os animais gostam de abrigo.
[40]
Todos os animais!
[41]
Não há animal nenhum que não goste de abrigo.
[42]
Nenhum animal gosta de ficar ao tempo.

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