Representação em frases
Couço, excerto 70
Texto: -
INF Eu tive ovelhas dezoito anos…
[pausa] Tive ovelhas quarenta e cinco anos – cinquenta anos.
Tivemos ovelhas cinquenta anos.
E então dezoito anos tive,
quem ordenhava as ovelhas era eu.
[pausa] Eu é que batia ali a ordenhar.
Ordenhava ali cem ovelhas, cento e vinte,
levava uma hora a ordenhar.
Mas era num mocho para não castigar os rins.
Mas houve para lá um ovelheiro que foi lá e um criado que foi criado dum doutor Isaltino, que era médico,
e disse: "Vocês nem sabem o que é que estão a fazer aos rins".
E esse homem que foi lá primeiro, que foi lá moural dois anos e disse: "Eu ordenho-te as ovelhas
mas têm têm-me que comprar um mocho".
"Compra-se um mocho do teu tamanho".
Eu é que ensinava os rapazes a ordenhar.
Depois [vocalização] eles não queriam ordenhar,
Aquele era Tinha horas certas para ordenhar.
Por exemplo, de manhã de manhã era sempre cedo;
[pausa] à tarde, àquele às três horas da tarde ordenhava,
ia metia as ovelhas para o prisco
As ovelhas estavam tão amestradas que já sabiam as que eram ordenhadas.
Só ao primeiro dia é que custava,
Dizia-se: "Prisco, ovelha!
Elas metia-se tudo no prisco.
As que não eram ordenhadas, não iam não queriam ir para lá.
Agora aquelas que eram ordenhadas, iam…
Tinha uma ovelha que era a ovelha-mestra.
[pausa] Era a ovelha-mestra,
era uma ovelha que [pausa] ia do princípio ao fim.
Ia à parelha das outras a amparar.
Chamava-se a amparadeira.
Era uma ovelha que eu tive de ensinar.
Ao princípio, custou-me a ensinar.
Ali dois ou três dias com um cordel preso à camarada.
Chamava-se a amparadeira.
Alguma que era má, ela encostava
e apertava-a ali de encontro à cancela.
Chama-se isso amparadeira.
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