Representação em frases

São Brás, excerto 25

LocalidadeSão Brás (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
AssuntoA vinha e o vinho
Informante(s) Caetano

Texto: -


[1]
INF Os alambiques antigos, o, o o lume, o lume
[2]
Os alambiques antigos, [vocalização] que ainda hoje , e fora também ainda usam alguns,
[3]
o vinho, por exemplo, andava debaixo das borras .
[4]
E era ali o ca- o que chamavam o capacete,
[5]
havia um tubo [pausa] que saía, um tanque de água onde havia uma serpentina para, para, para para a condensação do [vocalização] vapor da aguardente,
[6]
[pausa] e saía.
[7]
INF Mas esse alambique esse alambique tinha que ser queimado e restilado ou destilado como lhe chamavam.
[8]
Este não.
[9]
Este automaticamente a aguardente sai pronta.
[10]
Automaticamente sai pronta.
[11]
Visto que a primeira coisa é dois arrefecimentos
[12]
e é o vapor de água que vai aquecer é que vai aquecer a borra, ou o vinho que está
[13]
Ou o bagaço!
[14]
Enquanto que no vinho ou borra, eu não posso pôr aqui mais do que um terço de [vocalização] de capacidade, até esta curva.
[15]
De bagaço, [pausa] posso enchê-lo.
[16]
Porque o vinho ou a borra aumenta de volume;
[17]
parece que não,
[18]
às tantas, saía de fora a [vocalização] borra ou o vinho.
[19]
É.
[20]
Isto é simplesmente
[21]
o [vocalização] vapor da água que vai por aqui não é? , [vocalização] entra assim aqui;
[22]
esta torneira é que regula o vapor ao fundo, ao fundo aqui da caixa;
[23]
[pausa] um cano que leva o vapor ao tubo o va- o vapor ao tubo , de maneira que [pausa] quando quando chega à temperatura, que é uma alta temperatura, começa a evaporar como o álcool não é? , sobe ali;
[24]
sobe naquela, na para aquela lentilha,
[25]
ali um pequeno arrefecimento,
[26]
depois torna a subir
[27]
e vai sair ali a aguardente.
[28]
Ali, ali é que não é serpentina mas sim tubagem.
[29]
Tem ali vinte e cinco tubos,
[30]
e como estão vinte ci- vinte cinco pingos constantemente a pingar, fazem uma bica de aguardente.
[31]
INF Porque é como lhe digo:
[32]
ele aqui entra a água fria
[33]
Eu abro a torneira,
[34]
está a entrar aqui água fria,
[35]
e automaticamente está sempre quente [pausa] daqui para cima.
[36]
É porque a condensação
[37]
e sai aguardente ali.
[38]
INF É um alambique que eu fui comprar ao Porto, em em 1963, à Rua dos Caldeireiros.
[39]
mais
[40]
INF Não,
[41]
não tinha.
[42]
INF Não tinha.
[43]
Não tinha.
[44]
Havia aqui na altura dois alambiques antigos
[45]
mas acabaram por por fechar porque estas máquinas dão mais
[46]
INF Exacto.
[47]
Mas, mas havia
[48]
E não tanto tanto desperdício.
[49]
Não tanto desperdício.
[50]
Quer dizer, é para mais aproveitamento das aguardentes.
[51]
INF O resto é um, [vocalização] é um, é nem para estrume serve.
[52]
É muito fraco.
[53]
É muito pobre.
[54]
INF Não,
[55]
não serve para nada.
[56]
É muito pobre.
[57]
É um estrume muito pobre, muito fraco!
[58]
É um estrume até que tem muita acidez,
[59]
não é próprio para para deitar nas terras, até que pode pode prejudicá-las visto ter muita acidez.
[60]
É um É engraçado,
[61]
uma coisa que se muito bem com com aquele estrume,
[62]
é a cebola.
[63]
Será porque a cebola é também uma coisa ácida e, e, e, e, e, e?
[64]
INF É curioso, porque a gente deita na terra aquele o [vocalização] bagaço,
[65]
INF mistura-o na terra,
[66]
plantamos as cebolas, ou o cebolinho,
[67]
e [vocalização] a cebola gosta muito daquilo.
[68]
Será?
[69]
Não sei.
[70]
INF Cientificamente, não sei dizer.
[71]
De resto, muitas plantas que não gostam mesmo.
[72]
Até que [vocalização] Até que prejudica as plantas.

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