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Fontinhas, excerto 46
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Assim que chega o Verão, aquilo ele seca-se.
INF1 Até [vocalização] Até já há de anos para cá que esta ribeira corre assim por uma ocasião de chover e pronto.
ela chegava ao mês de Maio e sempre a correr.
Os Invernos vão mais mais fracos, um pedaço muito grande.
INF1 Mas naquele tempo era invernos rigorosos, [pausa] piores um pedaço.
INF1 [vocalização] Ele aparece além nos matos.
É nos matos é que essas águas vêm para aqui.
Até [vocalização] uma água que há uma fonte que há no mato, a água vai para a cidade, para a casa da luz.
E [vocalização] E há umas fontes aqui para este lado, que vem que dá aqui para estas bandas, que dá aqui para estas bandas, para estes lados.
Estas águas que a gente está gastando aqui é de Agualva – umas fontes que há para cima nos matos.
E ele essa água era gasta era nos moinhos – nos moinhos de água!
E depois eles como queriam água para distribuírem pelas freguesias todas, deram [vocalização] preparos de eléctrico para eles tocarem [vocalização] os moinhos e para mor de a água servir para eles, que eles queriam era mamar dinheiro.
E depois apanharam a água para distribuir, que é esta água que vem por aqui acima e que dá por vários lugares e duma banda para a outra, está o senhor a perceber?
INF1 Mas isso é duas fontes que há.
INF1 [vocalização] Aparece.
Às vezes é vê-la mesmo à saída da terra para cima.
Até várias tem por lá disto, aí para trás nesses matos.
Mas é aí para trás nesses matos.
Ela está ali a papejar assim para cima da da terra.
Estes americanos, que vieram para aqui, que têm aqui, em vários lugares, aqui mais para baixo, que eles [vocalização] tinham preparos…
Que a gente não sabia que havia água naquele lugar!
Mas eles tinham preparos que foram refundiando e refundiando e refundiando com aquilo até encontrar água.
Eles têm aqui para baixo casas de água, está o senhor percebendo?
INF1 Ora quem é que sabia lá aquilo onde é que estava?!
INF1 Há um lugar [pausa] às vezes aí os, os que tratavam por Carvão.
[vocalização] Há lá uma fonte que eu labutei anos a limpar aquele mato para para trás,
[pausa] e passava lá perto
ouvia falar no Algar do Carvão,
mas eu nunca lá tinha chegado a ir.
Este ano, o meu filho – andava já até aborrecido também – e um dia vira-se para mim
e diz: [vocalização] "O pai não quer ir [vocalização] dar um passeio para o mato"?
A esse dito Algar do Carvão que eu ouvia falar nele.
O poder de Deus é que é muito grande!
Mas isso eles têm um recreio lá, que amanharam lá uma entrada para ir lá ao pé desse lugar, acimentado, uma coisa lá muito bem arranjada.
E a gente vai um bocadinho, um bocadinho, um bocadinho mais distância do que daqui além até à porta daquela casa.
INF2 Com cimento por cima.
INF1 Para a gente ver aquela, aquela aquela claridadezinha lá…
INF2 Cá no fundo, acho que não me deixaram.
INF1 E eu, pois eu levava qualquer coisa dentro, por debaixo do chão,
a gente assim que chega lá pega a reparar em ver,
INF2 [vocalização] E a pingar água!
INF1 E uns degraus [pausa] para descer para baixo.
Mas eu cá não passei dali, que eu fiquei logo medo,
INF1 Eu quando vinha para fora, no tal [nome], enquanto passa por debaixo do chão, de maneira que comecei a reparar foi para aquelas paredes,
mas está está tudo em cimento.
INF1 Feito em arco, não é?
Portanto, está tudo em cimento para aguentar aquilo.
INF1 Afinal é quem já foi…
Mesmo gente aqui das Fontinhas já foram lá.
Descem para baixo [pausa] trezentos e sessenta degraus!
Eu tinha gostado de ir ver.
Mas ele a minha nora também [pausa] chamava: "Tragam a avó para cá!
E [vocalização] [pausa] E aquele também!…
INF1 Quem Quem é que vai ver?
Para uma criatura descer aqueles degraus todos, a descer para baixo, ele vai longíssimo!
INF2 Ah, mas se for com um f- com um foco na mão…
INF1 Ó mulher cala a boca!
INF1 Pareces uma pessoa entendida para isso.
INF1 Não sendo entendida para isso, fica mal.
INF2 Cá apareci eu que tinha ido.
INF1 Porque uma pessoa a a descer trezentos e sessenta degraus, olha que é uma distância medonha!
INF1 E em baixo tem uma lagoa de água
e tem lá em baixo um barco!
INF2 E tem lá em baixo um barco?!
INF1 Quem foi lá é que me disse.
Eu cá não passei do tal lugar, que assim que começou os degraus – fshtáwa! – cá para fora.
INF2 Deu em ter medo e a rapariga também: "Anda, minha avó, cá para trás!
Minha avó anda cá para trás, já"!
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