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Fontinhas, excerto 53

LocationFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
SubjectAs árvores
Informant(s) Celisa Camolino
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationMárcia Bolrinha

Text: -


[1]
INF1 Lagartas.
[2]
As borboletas é que punham.
[3]
É que o seu o seu fazer cocó é nas couves [vocalização] para fazerem lagartas.
[4]
Põem,
[5]
enchem tudo de lagartas.
[6]
INF2 Ah!
[7]
Ele por o senhor estar a falar nas borboletas, eu vou-lhe contar outro.
[8]
Havia [pausa] um cantador,
[9]
[pausa] era um Egídio
[10]
e morava aqui para o lado da cidade.
[11]
INF1 Era ali na cidade que ele morava.
[12]
INF2 E agora veio cantar cantorias
[13]
INF1 Mas era ali no Lajedo!
[14]
INF2 Mas e- era de noite.
[15]
As cantorias eram de noite.
[16]
INF1 Eram de noite.
[17]
INF2 E depois era de noite,
[18]
a borboleta aplantava à lanterna.
[19]
E depois ele virou-se para a para a lanterna,
[20]
diz: "A borboleta morre na luz, o soldado na batalha, Cristo na cruz e a gente onde calha".
[21]
É uma cantiga de peso.
[22]
INF2 Cristo morreu na cruz!
[23]
INF2 E a gente onde é que vai morrer?!
[24]
O senhor sabe se morre aqui neste cantinho, se morre na cidade, se morre na sua
[25]
Não sabe.
[26]
INF1 É como calha.
[27]
A gente morre por onde calha.
[28]
INF2 Porque é uma cantiga,
[29]
mas é uma cantiga de peso.
[30]
INF2 O tal co- O gajo cantava bem!
[31]
Cantava bem o gajo, era ele.
[32]
Nunca me esqueceu esta.
[33]
INF1 Ah!
[34]
Casa quanta vejas Casa quanta mores e terra quanta vejas!
[35]
INF1 Quer dizer que [vocalização] a casa, qualquer uma casa serve para a gente morar,
[36]
não precisa de tolices!
[37]
O que querem dizer é isto!
[38]
INF1 Os antigos é que diziam.
[39]
E a terra, eram muito esgalgados,
[40]
queriam era comprar terras,
[41]
queriam era muita terra para ter que comer, para ter muita terra, para ter muitos alqueires de terra.
[42]
INF1 Depois a casa, eles não se
[43]
Era uma casa!
[44]
INF1 Era uma casa para morar!
[45]
Logo que tivesse uma porta e janelas para eles se fecharem dentro, [pausa] era o que eles queriam.
[46]
INF1 E agora terras, queriam era comprar terras que era para para ser muito ricos.
[47]
E as casas, não queriam fazer benefícios nenhuns.
[48]
INF1 Estava modos de ele morar, pronto!
[49]
Um senhor Cândido, que é do senhor Cantídio, da cidade talvez o senhor conheça
[50]
INF2 Não!
[51]
INF1 Não?
[52]
A sua filha casou com o tal senhor Cândido, que mora aqui em baixo,
[53]
casou com esse senhor, [vocalização] filho do senhor Cantídio
[54]
Isso era um homem rico que era medonho!
[55]
[pausa] Mas tinha uma casa que hoje não vale nada ao dessas por aqui [pausa] destas casas que se fazem agora!
[56]
INF2 O filho era

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