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Fontinhas, excerto 68
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INF1 A começar de semear?
INF1 Primeiro é semeá-lo;
e depois tem um ripanço, quando se vai apanhar, que se está ripando [pausa] aquela baga – que aquele linho tem uma baga –;
e [vocalização] e depois acaba-se,
e depois bota-se ao sol a secar aqueles molhinhos abertinhos, assim, a secar.
INF2 Isso já é depois de estar no lago, depois de estar na água.
INF2 Depois de ir à água é que se faz isso.
INF1 Ah, pois sim, mas ele tem muita gente…
A gente cá não o levava à água;
era só no [vocalização] seco ao sol.
E depois acabando de secar do sol, trazíamo-lo para casa, para um palheiro,
e levávamos para para o forno.
Quando se cozia, metia-se no forno.
Ficava ele sequinho, e ali medadinho, todo assim, dentro dum forno.
A gente pegava no outro dia, com uma tasquinha ou com uma grama,
[pausa] tasquinhávamos – umas gramavam e as outras tasquinhavam.
INF2 Ele primeiro era amaçado.
Ele primeiro era amaçado.
INF1 A grama, era um feito um pau assim pelo meio fora
e tinha assim umas coisas,
tinha um ferro que a gente metia o molho assim – a gente metia assim o molho –
e aquela e aquela grama ia fazendo assim
INF2 Uma coisa feita de calhas.
Uma coisa feita de calhas.
Ia-se puxando até que se ia embora aquela, aquela esperdidão toda,
só ficava o [vocalização] o linho.
Há gente que gramava e outros que só tasquinhavam.
É, é aqui- É a grama que é como eu estou dizendo.
INF1 Mas no resto já não havia muitas gramas.
Talvez ainda te lembres, assim,
INF2 Lembro-me da da tasquinha.
Também, a força lembra-me é de tasquinha.
Mas ainda apanhei as gramas! [pausa] – de resto.
INF1 Amaçavam com uma maça.
Era quando saía do forno.
INF1 Quando saía do forno, ama-…
Se não, ele ficava todo colado, todo colado, todo colado.
INF1 Amaçado todo com umas maças, em cima duma pedra dura.
INF2 Todo pegado, dobrado naquela cana que tinha.
INF2 E depois era quando elas [verbo] sobre aquela cana.
INF1 Até aquilo dobrar-se assim, ficar dobradinho ao meio.
e botavam no restolho, [pausa] aberto – no restolho, aberto.
INF1 No restolho, sim senhor.
INF2 Aquilo ficava naqueles carreirinhos, aberto, por ali fora,
e depois ao fim de dias, ele iam juntar aquilo,
ficava aquilo aos molhinhos,
e depois é que então pegavam nessas gramas e nessas coisas a trabalhar,
e iam andando até chegar a ponto de fiar, numa roca quando presa na cintura
INF1 Umas rocas que a gente fiava e aquele fuso…
Aqueles fusos, iam as rocas assim metidas aqui na cintura e uma maçaroca aqui do tal linho – da tal coisa – para a gente fiar
e a gente fiava, até à meia-noite e até às dez horas da noite,
INF1 [vocalização] Eu tinha uma irmã minha que dizia: "Olhe minha mãe, que eu, eu não sei se esta roca há-de ir ao lume".
INF1 Porque ele o lume pegava-lhe [pausa] num instante.
INF1 E minha mãe dizia-lhe: "Pois se ela for ao lume, tu levas pancadas!
Se ela for à luz, tu levas pancada"!
INF3 Ó ti-, ti-, tia tia Celisa, e aquele aqueles ajuntamentos que faziam com muita gente na nas fiaduras do, do do linho e da lã?
INF1 Po- Fiadura de linho?
INF1 De linho só no restolho.
INF1 E a E a tasquinhar também.
INF3 Isso ajuntava-se muita gente!
INF3 Ajudavam-se uns aos outros.
Ajudavam-se uns aos outros.
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