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Unhais da Serra, excerto 16
Text: -
INF1 Há uma certa altura – ali talvez em Abril, Maio –
Juntam-se os, os [pausa] os proprietários e [pausa] mais alguém que queira ir comparecer,
"Bem, quem é que quer ficar com a rega- com a regadia"?
INF1 Pronto, aqui é, é, é [pausa] é de porta à eira.
INF3 Há outra além na frente.
INF1 Por exemplo, o senhor lança:
"Eu fico com ela a duzentos escudos"!
"Eu fico com ela a duzentos e cinquenta"!
Aquele que mais dá é que fica!
INF1 Ou o que mais barato faz, então é que fica.
INF2 Porque se fosse ao lanço, [pausa] aquilo ia lá para umas alturas!
INF1 E então, se a senhora quer regar, desde o momento que entre a regadia, a senhora tem que pedir a água a esse senhor.
Porque senão a senhora tira, eu tiro, [vocalização] os meus sogros tiram,
a água não chega para ninguém
Por isso mesmo é que há é que há um juiz [pausa] para para dirigir a água.
INF2 Tem que ir manter a ordem.
INF1 Portanto, a gente quando quer regar…
Não digo que não vá ali [pausa] uma vez e tire a água sem ordem,
INF1 A gente tem que pedir a água.
Por isso mesmo, a gente paga para ele…
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