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Unhais da Serra, excerto 19

LocationUnhais da Serra (Covilhã, Castelo Branco)
SubjectA oliveira, a azeitona e o azeite
Informant(s) Delmiro Diomedes
SurveyALEPG
Survey year1997
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Até aqui levávamos 'levávamos-a' ali a um colega nosso do Tortosendo.
[2]
Era o Deolindo.
[3]
Mas o homem era de idade,
[4]
morreu.
[5]
Está à nossa espera.
[6]
E agora, [pausa] agora neste ano não .
[7]
Este ano passado ainda déramos para um filho dele que se tomou conta do lagar.
[8]
[vocalização] Agora, não tenho nada,
[9]
nada dou.
[10]
INF1 No Tortosendo.
[11]
INF2 Aqui havia.
[12]
INF2 Aqui havia era a água.
[13]
INF1 A água.
[14]
INF2 Era.
[15]
Olhe era ali para aqueles lados,
[16]
chamam além o Pisão.
[17]
INF2 Ali para aquele ribeiro dali.
[18]
INF2 Mas era ao lado
[19]
INF2 Chamavam ao sítio o Pisão.
[20]
E E o lagar era do senhor Dinis.
[21]
que, claro, [vocalização] agora, quer dizer, começou a deixá-lo cair, a deixá-lo cair,
[22]
está todo estragado.
[23]
INF1 Ai, oh, mas quantas vezes!
[24]
INF2 Ai, ainda!
[25]
Ainda pouco deixou de andar!
[26]
Há-de haver
[27]
INF1 É.
[28]
INF2 Pois.
[29]
Chama-lhe a gente as galgas.
[30]
INF1 Chama-se-lhe nós as galgas.
[31]
INF2 Aqueles galgas estavam a andar
[32]
mas eram tocadas com uma roda a água.
[33]
Não era à electricidade.
[34]
INF1 Era a água.
[35]
INF2 Estava uma roda do lado de fora,
[36]
botava para uma levada de água tapada,
[37]
aquela roda andava a andar,
[38]
e fazia andar as galgas do lagar.
[39]
INF1 Era o pio.
[40]
INF2 Era o pio.
[41]
INF2 Onde andava, que era para o para ali estar tudo juntinho, para se não desperdiçar.

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