Representação em frases
Unhais da Serra, excerto 36
Texto: -
INF1 O enxadão é para se fazer o carvão.
INF2 Se fosse preciso, bate, que é como é espécie de machada, era para abrir a torga.
INF1 Ou o carvão ou para para escavacar lenha.
Tenho além um que tem tem alguns dez quilos!
INF1 Tinha um cabo Tinha um cabo de azinho muito duro, aquele meu enxadão.
E há aí um rapaz que é um bocadinho demen- doente mental
[pausa] e ele dá-se muito bem comigo.
INF3 E tem muita força ele!
INF1 Aquilo tem uma força de boi!
E o gajo às vezes passa aí,
eu até fujo dele, que [vocalização] em estando ao pé de mim, o gajo não há não lhe dá para se ir embora.
INF1 Ainda ontem o vi aí passar,
e recolhi-me para dentro.
INF1 E o gajo pediu-me o enxadão:
[pausa] Olhe lá, não tem aí um enxadão"?…
e pediu-me o enxadão porque mo viu, [pausa] para escavacar lenha.
E o gajo lá o meteu nalguma pedra
Um cabo que já tinha há mais de vinte anos.
INF1 Partiu um cabo de azinho – que o azinho é muito forte!
"Ó tio Dimas, olhe, parti-lhe o cabo" e tal [vocalização].
"Então, ó Dionísio, então e agora"?
[pausa] "Oh, eu arranjo-lhe um".
[pausa] "Então olha, vais em baixo, que andaram lá a cortar carvalhos" – que é aqui ao ao fundo do povo, onde fazem o mercado – "andaram ali a cortar uns carvalhos,
vai lá ver se lá arranjas um rentio
[pausa] Lá andou a ver e tal,
trouxe-me logo o cabo para o enxadão.
[pausa] E depois já mo pediu outra vez:
"Então, ó tio Dimas, já lhe pôs o cabo"?
E já nunca lho ponho, que é para o gajo não o levar.
O gajo pesa alguns dez quilos, que é peta dum lado e pá do outro.
INF1 Que é o que está aí.
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