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Unhais da Serra, excerto 39
Text: -
INF1 Se quer plantar uma videira…
INF1 Abre uma covazinha aí com [vocalização] quarenta de fundo.
Abre uma covazinha aí com quarenta de fundo,
[pausa] mete-lhe um bocado de estrume no fundo, aí [vocalização] uma pequena porção de estrume no fundo,
e depois bota-lhe uma porçãozinha de terra de cima do estrume, [pausa] aí [vocalização] três dedos [vocalização] de terra de cima do estrume;
e depois pega na planta brava, na videira brava,
abre-lhe a raiz assim para o lado, assim muito abertas,
dá-lhe então um jeito de escangalhá-la assim,
planta de cima daquela terra.
E depois segura a planta assim
e bota-lhe mais terra aqui de cima.E depois
INF1 E depois bota-lhe uma porção de terra de cima;
[pausa] e depois a faltar a faltar aí [vocalização] cinco centímetros [vocalização] para encher a poça, faz aquela plantação,
deita a terra de cima – raiz escangalhada!
INF1 Que é para cada uma cada uma ir para o seu termo.
INF1 Não é juntas, toda a ir para o mesmo lado.
Assim, para todas perguntarem a vida!
Umas para um lado, outras para o outro.
Mas já está o estrume por baixo.
E põe um bocado de terra em cima, aí [vocalização] cinco ou sete centímetros de terra em cima,
e fica ma- e fica a poça mal cheia.
Ainda há terra para para lá ir.
E depois pegam num balde de água – mesmo que seja de Inverno,
INF1 pegam num balde de água
e depois a água vai-se sumindo para baixo.
Depois de a água estar chupada, bota o resto da terra [pausa] para de cima.
Bota o resto da terra que está fora para de cima.
Depois faz uma caldeirazinha em volta, uma pocinha.
INF1 E se o tempo vai seco,
INF1 depois aí de oito em oito dias, um baldezinho de água.
INF1 Depois ao, e depois ao ano a seguir [pausa] E depois ao ano a seguir, o bravo já está plantado,
já está a querer crescer…
Oh, num ano não dá para isso!
INF1 É preciso dois anos.
INF1 É preciso dois anos.
E depois o bravo já está talvez aí da grossura do meu dedo,
e depois vai então buscar uma qualidade que a senhora entende, de boa qualidade.
Vai buscar aonde sente que haja,
onde saiba que haja, vai buscar um garfozinho.
Vai buscar um garfozinho.
[pausa] Vai buscar um garfozinho e depois [vocalização]…
Bem, isso a senhora não é capaz de saber fazer.
INF1 Fazer uma coisa assim aguçada,
INF1 assim uma coisinha aguçada, e deixa aqui um olhozinho.
INF1 Pois, na p– na parte aguçada.
INF1 aguça assim, um corte todo certinho,
INF1 todo assim bem certinho, bem aguçadinho.
E depois chega [pausa] chega à [vocalização] figueira brava,
INF1 ata-lhe um bocadinho de de ráfia, aqui ao fundo, ou seja um baraço,
Mas já aqui tem uma, uma [vocalização] um travão para não deixar alargar.
INF2 Para não ir mais para baixo.
INF1 Para não abrir muito.
INF2 Para não abrir mais.
INF1 Para não abrir muito.
e depois pega então na cunhazinha que fez com já com um olho…
Porque fica com dois olhos, [pausa] um no cimo e outro quase no fundo.
INF1 Mete aqui assim muito justozinho.
Mete Ele arranja até uma cunhazinha de madeira para aqui alargar um bocadinho,
e vai metendo sem ferir [vocalização] sem ferir nada, nem dum lado nem do outro.
Por isso tem aquela cunhazinha para para não deixar ferir.
INF1 E depois mete para baixo, onde até que fica bem justozinho, [pausa] a casca bem unida uma com a outra, e depois aqui mais um bocadinho de ráfia – dessa ráfia das videiras…
INF1 Aqui, um bocadinho de ráfia aqui, tal, tal [vocalização], tudo bem atabicadinho[pausa] e depois lá
INF1 e depois ele põe-lhe terra [pausa] bem bem apertadinha.
INF1 Mas podendo ser, podendo ficar debaixo de terra é melhor do que ficar fora.
INF1 Podendo ficar debaixo de terra é melhor do que ficar fora.
Porque debaixo de terra, a própria terra está a ajudar a soldar;
e se ficar fora, se ficar fora da terra, já não é tão bem.
INF1 Se calhar [vocalização]…
INF1 Se calha Se calha a pegar…
[vocalização] Isso falha muito.
INF1 Lá tem Lá tem o nome:
INF1 [vocalização] Isso falha muito.
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