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Vila Pouca do Campo, excerto 4

LocalidadeVila Pouca do Campo (Coimbra, Coimbra)
AssuntoOs cereais
Informante(s) Dulce

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[1]
INF E andar era assim na, na adiante do gado, todas molhadas!
[2]
Não havia plásticos, nem
[3]
Agora ele saias plásticas.
[4]
Nesse tempo não havia.
[5]
INF [vocalização] Andávamos todas molhadinhas
[6]
INF Sim.
[7]
Ai, tudo muito pior!
[8]
Olhe, os nossos filhos os meus filhos, os da minha mãe eram criados por numa cesta e numa poceira, ao da gente.
[9]
INF Levávamos para a gente.
[10]
Uma ocasião um o meu [vocalização] andava na
[11]
Eram dois filhos que eu tenho.
[12]
E andávamos a sachar
[13]
e andávamos então, [vocalização] "Ó João, ó Edgardo", que é
[14]
INF É.
[15]
E depois, o [vocalização] o outro meu filho vai assim: "Ó mãe, ó pai, venha
[16]
que o Édipo diz que está aqui no poço,
[17]
está aqui na água"!
[18]
E ele estava [pausa] metido
[19]
e o engenho a andar.
[20]
INF E ele agarrado a umas ervazitas que estava.
[21]
E depois a gente o tirou,
[22]
o lavou,
[23]
o vestiu, tudo.
[24]
E houve havia outra senhora que também andava
[25]
[vocalização] Havia assim uma estrada ali assim às marinhas
[26]
chamávamos-lhe as marinhas do arroz.
[27]
E o menino era um menino muito lindo, muito lindo!
[28]
E E caiu a poceira.
[29]
[pausa] Virou-se
[30]
e o menino virou-se para a barroca.
[31]
INF O pai O pai andava e a mãe,
[32]
ali foi fino:
[33]
agarrou o menino para ele,
[34]
quando o agarrou estava morto.
[35]
INF Agarrou o menino para ele,
[36]
chegou a casa com ele,
[37]
e depois ainda chamaram o médico,
[38]
ele deu uma injecção
[39]
mas o menino estava morto.
[40]
INF estava morto.
[41]
INF Porque morreu
[42]
INF Nessas barrocas.
[43]
Que havia assim:
[44]
[vocalização] a água do arroz era mais baixinha,
[45]
mas havia umas barrocas
[46]
e havia uma estrada.
[47]
E o menino virou-se e [vocalização] para a barroca.
[48]
INF Ainda era bebé.
[49]
Ele era bebé.
[50]
INF Outro, também iam para a banda dalém,
[51]
passavam ao rio,
[52]
tinha uma assim uma ponte
[53]
mas era estreitinha ,
[54]
caiu para a água
[55]
também morreu.
[56]
Queriam ir para a banda dalém,
[57]
caiu para a água,
[58]
também morreu.
[59]
Noutros tempos,
[60]
viu?
[61]
INF Noutros tempos antigos, não é?
[62]
INF E o tempo de agora
[63]
Antigamente, quando [vocalização] os rapazes iam à tropa, faziam então:
[64]
compravam uma roupa toda igual
[65]
e faziam um baile.
[66]
Vinham com o baile de Coimbra.
[67]
A gente ia daqui que [vocalização]
[68]
Fritávamos bacalhau, naquele tempo, e queijo,
[69]
e íamos para Coimbra c- com os cestos
[70]
eu não sei se a senhora doutora sabe disto?
[71]
INF Íamos então para Coimbra com os cestos,
[72]
eles depois vinham;
[73]
depois o o pessoal que ia connosco, íamos íamos comer todos.
[74]
INF Levávamos vinho,
[75]
INF o bacalhau frito e o queijo.
[76]
INF E comíamos todos juntos.
[77]
E eles depois vinham
[78]
tinham um toque
[79]
vinham,
[80]
iam daqui a tocar para o para o rio [pausa]
[81]
INF ao pessoal, que era o pessoal, era cachopas de todas as
[82]
Chamávamos-lhe a mota do rio.
[83]
Ele não estava assim.
[84]
Era no outro tempo.
[85]
INF E depois vínhamos então a dançar pelo caminho, e tudo, e eles a tocar, e tudo.
[86]
Depois faziam um baile
[87]
e a roupa era toda igual.
[88]
INF E agora não.
[89]
INF Agora não nada disso.
[90]
INF Não senhor.
[91]
INF [vocalização] Ele não.
[92]
Era uma mocidade muito linda!
[93]
INF Quer dizer, e andava-se a mondar,
[94]
e sentia-se ali um rancho a cantar, e ali outro rancho a cantar, outro.
[95]
De noite, na, nas escamis- a escamisar chamávamos-lhe a escamisar , juntavam-se de noite
[96]
[vocalização] Hoje íamos escamisar a de desta vizinha,
[97]
ao outro dia íamos escamisar a de outra vizinha
[98]
INF Era do milho.
[99]
E vinham os rapazes
[100]
e vinham esca- escamisar mais a gente.

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