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Vila Pouca do Campo, excerto 13
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INF Então o trabalho do arroz, olhe…
O trabalho do arroz, a gente, nos nossos princípios, [pausa] era semeado.
e [vocalização] depois era mondado.
Era tudo já dentro de água.
Ele só se lavrava com as vacas.
INF [vocalização] Semea- [vocalização] Lavrava-se a terra – para começar a eito –,
depois metia-se-lhe a água.
Quando era do rio Mondego, faziam…
INF É Isso era em ma- em Março.
E depois, quando era metia-se-lhe a água quando era do rio Mondego e outros que eram dos dos engenhos.
Que eram uns engenhos com com uns alcatruzes e com umas entrosgas.
E botava-se a vaca ao arrei- ao cangão,
e [vocalização] tirava a água para regar o arroz.
Em sítios que a água do Mondego não ia.
E ag-, e [vocalização], e se- semeava-se.
Depois veio outra outra moda.
Foi pela A gente semeávamos viveiros e [vocalização] .
E semeávamos os viveiros – aí também em Março –
e quando chegava ali ao princípio de Maio, arrancava-se,
tornava-se a preparar as terras como era para semear.
E E depois arrancávamo-lo,
trazíamos pessoal a arrancar,
botávamos-lhe água e adubo,
Era pa- fora do do arroz.
INF Depois é que se punham.
Vinham aqueles ranchos de todo o lado,
vinham para aqui trabalhar – arrancar e plantar.
Era a plantação do arroz naquela altura.
Eu, nos meus princípios, era semeado.
INF Depois é que veio aqui é que veio essa coisa para plantar…
Mas depois, quando começaram a vir as máquinas agrícolas, deixou-se de [vocalização] de semear viveiro.
Há p- máquinas para semear o arroz agora.
INF Para semear, e para adubar, e para e para plantar e para, para.
Isso era medonho [pausa] para a gente!
Para a gente não era medonho,
que a gente estamos habituados naquilo!
Fazíamos [vocalização] Andavam aqueles ranchos,
fazíamos uma uns calções,
INF e [vocalização] e o arroz estava espalhado atrás da gente, e a gente de empreitada.
[vocalização] Davam a Os patrões davam aquele a quem andava por fora.
A gente, graças a Deus, não andávamos por fora.
Andávamos só aos dias por dias umas com as outras.
INF Mas vinham aqueles ranchos,
dávamos-lhe aquelas empreitadas
Aquilo era uma ligeireza!
Aquilo era uma ligeireza!
Agarrava-se às manzadinhas,
a m-, [vocalização] a manzada aqui no braço esquerdo e o e a mão direita a plantar:
INF Ficava presa porque já tinha a água.
INF Era só Era só plantar assim.
INF Preparavam-se as ma- –
é com umas marinas que eu digo –,
E aquilo parecia as marinas do sal.
Depois a gente plan- distribuíamos o arroz.
E então cada qual agarrava a sua coisa
E quando era de empreitada aquilo era medonho!
Era medonho andar a espalhar o arroz atrás delas, das mulheres.
Porque elas o que queriam era [vocalização] fazer o serviço
Chegámos a Chega a se-, a vi, aí, a [vocalização] já aí a vinte de Setembro.
Ceifa Ceifava-se nessa altura.
Quando ele começa a a [vocalização] enleirar, que ele começa a vingar, a água é fora.
Porque agora temos [vocalização]…
Naquela altura [pausa] era duma maneira,
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