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Vila Pouca do Campo, excerto 37

LocationVila Pouca do Campo (Coimbra, Coimbra)
SubjectAs aves de capoeira
Informant(s) Dulcina
SurveyALEPG
Survey year1997
Interviewer(s)João Saramago Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF os gatos-toirões
[2]
é que são assim.
[3]
INF Sim, sim, sim.
[4]
São gatos-toirões.
[5]
INF me aqui veio um, estava eu aqui pouco tempo, que, que [vocalização] que matou-me
[6]
duma vez matou-me nove galinhas.
[7]
INF Depois tínhamos aqui uma oliveira ainda
[8]
que a gente ainda estávamos pouco,
[9]
tínhamos a casa ,
[10]
e sentimos de noite [vocalização] as galinhas croquiarem,
[11]
o meu marido levantou-se
[12]
e chamou-me:
[13]
"Ó Dulcina anda depressa,
[14]
anda depressa,
[15]
que ele está aqui em cima da oliveira"!
[16]
Ainda foi sobre ele com uma forquilha.
[17]
Mas se fosse com uma arma, apanhava-o,
[18]
mas [vocalização] agora
[19]
Agora desapareceram mais daqui.
[20]
INF Coitadinhas, estavam com medo
[21]
INF Não, não.
[22]
Elas a croquiarem é de aflição.
[23]
INF É de aflição.
[24]
Mataram-me nove.
[25]
E foi foi em vésperas de Páscoa.
[26]
Pois.
[27]
Ai, ele!
[28]
A nossa aflição quando vimos as minhas galinhas todas mortas!

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