AAL06

Sapeira, excerto 6

LocalidadeSapeira (Castelo de Vide, Portalegre)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Alberto

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INF Porque aquele gado até se conhece nas feiras. Aquele gado conhece-se até nas feiras. Parece impossível mas aquilo conhece-se onde quer [vocalização] onde quer que eles tenham essa

INQ Mas não, não havia?

INF Até tem um [vocalização] tem uma umas características de- diferente de, do do nosso gado, está a compreender?

INQ Mas quando o gado nasce aqui, não vem, não, não punha uma marca na orelha?

INF Põem Põe [pausa] um brinco. [pausa] Mas i- isso, isso não não é quando nasce, é quando são vacinados.

INQ Quando são vacinados, pois.

INF Mas isso é para nos prejudicar a nós. Porque se eu, por exemplos, eu tenho o meu gado todo vacinado e todos têm o brinco o senhor, se chegar ali, : todos têm o brinco; tenho ali os papéis das vacinas, tudo legal dentro do [vocalização] de; aquilo para seis meses e o meu gado foi todo vacinado em Novembro, está a compreender?, porque tinha uns novilhos para vender e tive que os vacinar todos [pausa] por aquilo , mas aqueles que andam , assim aos pulos de um lado para o outro, esses não é preciso vacinas, não é preciso guias, não é preciso nada.

INQ Ai não?

INF Pois não. O que é que julgava?

INQ Não, é que eu julgava que depois na feira

INF Eles vão buscá-los ali à fronteira e [vocalização] aquilo eles passam de qualquer maneira e [pausa] com essa coisa. E aquilo

INQ Pois, não mas é que eu julgava que depois, na feira, todos tinham que ter o

INF Ah, todos não. Então aquilo não é visto por ninguém! Aquilo se calha aparecer guarda-fiscal no caminho, sim, na estrada não é? eles vão ver aquilo. Depois vêem, perguntam papéis : "E papéis"?. Então, mas eles também não vão ver todas as camionetas, não vão ver o gado todo. Então Então agora, numa feira, iam ver o gado todo! Eh! Então aquilo Para ali dois ou três e pronto. E [vocalização] parte de até das coisas, nin- ninguém pergunta por coisa nenhuma. Aquilo até Aquilo até se sabe. E p-

INQ Não, mas é uma pena. É pena, quer dizer, é pena por causa tanto dos senhores que têm o gado para vender como das pessoas que depois que vão comê-lo, não é?

INF É. Que [vocalização] Pois, que o vão comer. Pois é. Isso é que é pena. Eu até não sei mas é até como não fa-, sim, como o governo não se não olha para isso.

INQ2 Pois.

INF Não sei. É que, por exemplos, um comer- um comerciante chega ali até mesmo esses comerciantes de frutas, que estão ali na praça , se não tiverem facturas, aquilo é uma multa, logo uma coisa uma coisa forte. Vão ver aquilo tudo, fazer contas a ver se as facturas estão bem e essa coisa toda. Por exemplos [vocalização], eu isto é uma experiência que é [vocalização] própria mesmo e [vocalização] verdadeira e concreta , eu, aqui aqui dois meses, vendi uns suínos que tinha [pausa] a três contos e duzentos [pausa] a arroba, ou seja, a duzentos e vinte escudos o quilo, está a compreender? Estes agora que vendi, [pausa] foi a [vocalização] dois contos setecentos e cinquenta. Ora, o Senhor Doutor está a ver,

INQ1 Mais quinhentos e trinta.

INF me- menos [vocalização] talvez quatrocentos e qualquer coisa de escudos ou quinhentos, talvez

INQ1 Quinhentos e trinta.

INF Quinhentos e trinta escudos.


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