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AAL62

Porto da Espada, excerto 62

LocationPorto da Espada (Marvão, Portalegre)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Alcibíades
SurveyALEPG
Survey year1974
TranscriptionAdriana Cardoso
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INF Às vezes, até [vocalização] havia umas ervas do campo que a gente Pois bem, a fome, às vezes era muita, ia a gente Chamam-lhe Chamavam-lhe pialhos, pialhos duma coisa , um Também se conhece por erva azeda. Ia a gente, comia aquilo e roía aquilo. Chegava-se a um ervilhal aonde havia haviam ervilhas conhece o que são as ervilhas? , era [vocalização] colher e toca de comer. Grãos e tudo. Hoje então pois hoje! alguém alguém faz essas coisas? Isso hoje não; ninguém Hoje ninguém trata des- desse assunto. Ninguém, ninguém. Roubava-se muito. Desde que houvesse, por exemplo, uns figos ou uns cachos ou ou um, qualquer uns melões, umas melancias, roubava-se muito. Hoje, o pessoal não sei se anda mais abastecido e não não se frequenta qualquer coisa que se roube. Nem a uma vinha, nem a uns figos, nada; nada disso [pausa] frequenta . E noutro tempo, não escapava nada. Aquilo era, desde que a pessoa pudesse, figos e [vocalização] cerejas. Ai eu! Ainda levei algumas sovas! Ainda levei algumas sovas, que apa- que me apanhavam [vocalização] às cerejas doutra gente, está claro! Ora pois, tudo aquilo pertencia tudo ao mesmo, a haver fome.


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