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ALC22

Alcochete, excerto 22

LocationAlcochete (Alcochete, Setúbal)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Anselmo
SurveyALEPG
Survey year1990
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Chama-se a mesma coisa quando se põe no, no, nos bois?

INF Dos bois, não. Isso é Dos bois, não.

INQ1 É um bolso?

INF Dos bois é um açaime, que é por causa de não irem ao coiso.

INQ1 Eu sei.

INF Não Andam a lavrar, para não irem às cepas e cortar os pompos, para não irem à às ervilhas e c- comer as ervilhas, levam então um açaime de arame, aqui do focinho, e não fazem isso. Mas o [vocalização] os chibos, os chibos é um barbilho. Um bocadinho de pau assim deste tamanho, [pausa] leva aqui um cordel e aqui outro. E leva aqui um bocadinho de cabedal, aqui, que é para assentar em cima do nariz. Depois é atado com o cordel aqui em cima. Por isso é que vai à mãe e não mama. [vocalização] O leite fica sempre. Não deixa vir o a teta dela Quando chega o pau à teta, não lhe deixa aparecer a teta, para espremer. [pausa] É que é.

INQ1 Pois. Está bem. Pois. Portanto, não têm que fazer um rebanho à parte?

INF Não. Andam Andam com as mães a comer [vocalização]. Comer, come, com o pau, mas mamar, não mama. Agora, [vocalização] as ovelhas [pausa] não põem isso. [pausa] Deixam as crias [pausa] à parte, à noite vêm, tiram o leite à ovelha, e depois o que o que resta de leite é que vai para ele esca- escorropichar.

INQ1 Ah, que giro! Não sabia!

INF Vai escorropichar. Deixa-se uma pinga para eles ir escorropichar, e depois vai outra vez para a parte, e vai e vai tirar a ordenhar amanhã de manhã a ovelha; depois deixa-se outra pinga para ele [pausa] ir escorropichar. Espreme depois à mãe. Depois é grande, [pausa] vende-se. Vai para a gaiola, para ir para as praças, [pausa] para a gente comer.

INQ2 Rhum-rhum!

INQ1 Sim senhor! Então, o senhor utiliza a palavra rebanho?

INF É um rebanho de ovelhas [pausa] ou é ou é uma ovelhada. Isso tem, aqui também tem

INQ1 O que é que utiliza mais, é rebanho ou ovelhada?

INF Eu para mim é [vocalização] um rebanho. Um rebanho é [pausa] É um rebanho de ovelhas, é mais, mais, mais é mais prático.

INQ2 Pois.

INQ1 Portanto e Olhe, e se é um rebanho muito pequenino, com muito poucas ovelhas, como é que chama aqui?

INF [vocalização] Isso, quando é mais pequenino, a gente diz é: " [vocalização] Uma mancheia de ovelhas"!

INQ2 Não lhe chama outra coisa?

INF Não. Mas também empregam, se quiserem, um rebanho. É pequenino, mas ele é mais pequenino; é um rebanho mais pequenino.

INQ2 Não usam a palavra atalho, para isso?

INF Não.

INQ1 E o que é uma rês?

INF Uma rês? É um uma vaca ou um ou um boi ou [pausa] ou uma cabra, uma ovelha. Isso emprega-se tudo "uma rês". Agora o c- o cavalo é que não emprega-se "rês". É. Não tem nome Tem nome. [pausa] Agora, os outros animais não têm nome, é tudo reses. Uma vaca, [pausa] até indo ir para o matadoiro, [vocalização] não tem nome disso. É: " vai aquela rês"! É "aquela rês", "aquela rês".

INQ1 Pronto

INQ2 Pois.

INQ1 Põe-lhe os coisos, aqui.

INQ2 Ah, está bem.

INQ1 Que a gente nunca sabe quanto é.

INF Até, às vezes, os do matadoiro, o chefe costuma dizer: "Quantas reses traz"? [pausa] "Quantas reses traz"? "Tantas". [pausa] Esta coisa do perguntarem nomes e coisa, nunca é um nome próprio. uns: "Quantos novilhos traz"? "Quantas vacas traz"? "Quantas ovelhas traz"? "Quantas cabras traz"? E outros: "Quantas reses traz"? [vocalização] Eh [vocalização], isto tem muitos nomes que que se emprega disto! Não é dizer-se assim que [pausa] tem este nome.


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