CLH22

Ribeira Seca, excerto 22

LocalidadeRibeira Seca (Calheta, Angra do Heroísmo)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Idalinda

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INQ1 Isto aqui como é que se chama, que eu não sei?

INF Isto aqui? É a rua.

INQ1 Não.

INQ2 É a rua?

INQ1 Está bem.

INF Pronto.

INQ2 E

INF A rua da cozinha, a rua da sala fora. An- Antigamente, quer dizer, hoje em dia, as salas, vem tudo para a cozinha, as salas não servem de nada. As cozinhas é que têm são [vocalização] bem amanhadas, não é como a minha, porque a minha é muito mal amanhada. Mas eu não me importo porque eu não tenho com que a amanhar melhor. Ela está muito [vocalização] por pouco tempo.

INQ2 É muito bonita. Está óptima.

INF Mas, quer dizer, a gente diz: "É a rua da cozinha".

INQ2 Então e esta parte aqui assim à frente?

INF É a horta.

INQ2 A horta.

INF A horta de semear.

INQ2 Aqui não nada a que chamem o aposento?

INF Pois, ele diz-se horta e diz-se aposento. Sei . "Aquilo tem aquele aposento; aquele tem [vocalização] outro aposento". Quer dizer, dizem horta e dizem aposento, quer dizer,

INQ2 Mas é ao de casa sempre?

INF tudo a mesma coisa. É.

INQ2 O aposento é sempre ao de casa?

INF É, sim senhora. Mais fora, é pasto ou é terra de lavrar ou

INQ1 Rhum. Então e este aqui com milho?

INF Aqui isto é os currais dos porcos. Eram os currais dos porcos. Agora está em cerca de galinha, mas era Quando a gente A gente acrescentou a casa para aqui.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Porque acrescentámos o, a Ali eu acrescentei e aqui a cozinha. Ela tinha aquelas duas janelicas de . E a cozinha era para trás e a gente acrescentou-a. E então no tempo que acrescentámos, aproveitámos e fizemos os currais.

INQ2 Mas olhe , e aquele sítio onde ali, onde o porco se gu-, se metia à noite?

INF É o chiqueiro.

INQ1 E onde lhe punha a comida?

INF Aqui.

INQ1 Mas ia Ia para dentro

INQ2 Ai que giro!

INF Quando se fez ele o curral, fez-se aqui [vocalização] chama-se a pia.

INQ1 A pia.

INQ2 A pia.

INF De deitar comida. Agora as galinhas Está agora a [vocalização] servir as galinhas Isto aqui também tinha uma pia.

INQ2 Ah!

INF que eu tive aqui uma cabra e [vocalização] e então esmigalhou-se a pia para a cabra entrar para dentro e para fora, para eu a ir botar a comer. E tapou-se a [vocalização], quer dizer Pois era, porque o porco saía era por acolá. Um ano, a gente tínhamos um tanto gordo que foi preciso partir acolá uma nisca, que ele não cabia para ir para a outra banda, para se matar. Mas E aquilo chama-se o chiqueiro.

INQ2 Rhum-rhum.

INQ1 E ago- Antes, isso era para o porco, era o curral, não era?

INF Era.

INQ1 E as galinhas?

INF As galinhas, costuma-se a dizer que é a cerca das galinhas. Mas eu, o que eu digo sempre é "o curral do porco", porque estou acostumada.

INQ2 Claro.

INF Mas, por exemplo, para quem não as tenha aqui, que faça uma coisa, diz: "É a cerca das galinhas".

INQ1 Olhe, e este bichinho que está aqui agora ao de mim?

INF É, é um z- É uma abelha.

INQ1 Pronto, diz .

INQ2 Mas antes disso quero saber uma coisa.

INF Sim.

INQ2 Como é que se chama a fêmea do porco?

INF É a porca.

INQ2 A porca.

INF Pois.

INQ2 E quando nasce um pequenino?

INF Quando nasce um pequenino, pois se nasce

INQ2 Chama-se o quê?

INF Chama-se os porquinhos, porque são pequeninos.

INQ2 Pequeninos, quando acabam de nascer, são os porquinhos?

INF Sim. São os porquinhos, porque são deste tamanhico. Mas são [vocalização] têm, às vezes, a dezassete, e a e a dezoito, e a dezanove.

INQ2 Sim senhora.

INF Ainda [vocalização] pouco tempo que nasceu ali em baixo, no Vale Frio, numa casa que tem ali, que nasceu dezoito porcos. Porcos e porcas. Quer dizer, aquilo tanto nasce dum nu- duns Mas, em geral, vem mais porcas do que porcos. Não sei porque seja!


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