INQ1 E onde é que se guardava o, o trigo?
INF Era nos sacos.
INQ1 Dava-se outro nome, quando é, aqueles brancos…
INF Ah, os os pequeninos?
INQ1 Sim.
INF Chamavam-lhe passageiras. [pausa] E sabes porque eram passageiras? Porque eram as malas do, dos dos [vocalização] emigrantes que iam para a América. Levavam a roupinha dentro desses saquinhos e então que chamavam-lhe passageiras, que eles também eram passageiros.
INQ1 Mas esses sacos eram feitos de quê?
INF Isso vinham de, da gen- [vocalização] vinham da América!
INQ1 Vinham da América.
INF Vinham da América!
INQ1 Rhum-rhum.
INF Mas também faziam…
INQ2 Aqui…
INF Faziam sacos aqui também de estopa – uma coisa que semeavam que ele – e com linho. Semeavam o linho…
INQ1 Ainda se lembra?
INF Não! [pausa] Isso dava muito trabalho! Faziam roupa do, com com o linho. E então esses sacos era com aquela aquela parte mais grosseira do linho. É que apro- Aproveitavam para fazer então [vocalização] sacos para para guardarem então o cereal.
INQ1 Rhum. É que a tia Gertrudes disse-me que, na altura da guerra, que ela ainda chegou a semear.
INF Ela talvez semeou mas eu não. Não, homem, não liguei nada a isso.
INQ1 Pois. Mas aquilo já era no tempo, já era, já era muito antigo, o linho…
INF É do tempo de de minha bisavó! Porque a minha avó já trabalhou talvez pouco nisso depois de se casar. [pausa] Agora minha bisavó sim.