INQ1 E o que é que fazia para a montar, então?
INF [vocalização] E a gente amarrava a cruz lá em cima, no cabo de cima. Que era Que é aquela era que é que era a cruz. E amarrava cá em baixo onde voltava para trás. E tirava-se da urdideira, começando por cima, pela cruz de cima. Começava-se a tirar. Tirava-se aquilo para fora e 'dia-se' encadeando, encadeando, encadeando até chegar cá abaixo. E para botar no tear era por esse de cá de baixo. Tinha Tinha um compostouro que era um pauzinho [pausa] assim, grandote, [pausa] com um cordão. O pau entrava num lugar e o cordão entrava no outro. Que aquilo fazia dois cá em cá em baixo e voltava para trás e fazia dois – dois lugares de meter [vocalização] alguma coisa. Era o pauzinho, bem na ponta, e o cordão da banda de cima. E aquilo ficava encruzado no meio. E prendia- punha-se aquilo no, no, na, no t- no tear. Pre- Pregava-se essa ponta no tear, no órgão de trás. Já viu o tear armado?
INQ2 Já.
INF Naquele órgão de cima, naquele naquele último de lá de trás. Era assim. E aqui quase que era três pessoas. Eu cheguei a estar muitas sozinha, mas [pausa] era três pessoas para para botar as teias. Era uma atrás, aguentando a teia, esticadinha. Era outra andando com o órgão – que o órgão era furado, metia-se um pauzinho. E era uma adiante com o restelo. Também não, não Não viu também o restelo? O restelo é um pau grandote, [vocalização] furado, com com tornos todos, todos, todos, todos, tudo. Que a gente botava lá, nalguns – era conforme [vocalização] o tamanho da teia. Nalguns [vocalização] botava-se um cabrestilho inteiro; noutros botava-se só meio cabrestilho; era conforme. Que era para fazer a medida do [vocalização] do pente – não sabe? Era assim. E [vocalização] pronto. E depois era E depois era… Se o pente estava enfiado, era a- acrescentado de nó, direitinho – os- os de cima e o- e os do pente –, acrescentado de nó. Nó por cima da unha. E se o pente estava despido, era, era enfiar-lhe era enfiar assim um fio, um fio em cada em cada palma.