INF1 Antigamente, senhora, eles diam levar os porcos ao mato – não sabe? –, quando era concelho. [vocalização] Levavam a marrã e levavam os bacorinhos. E [vocalização] ela, a mãe, [vocalização] é que os sustentava – a bem dizer –, que foçava raízes de fetos que comia – está percebendo? Eles 'diam-nos' buscar já grandes, já a modos de vender. Mas hoje em dia, não se pode fazer isso porque está as estradas [vocalização]…
INQ1 Pois, mas ficavam lá os bacorinhos com a mãe?
INF1 Ficavam lá. Ficavam lá. Eles faziam-lhe uma furna ou um lugar e ensinavam, então, uns dias, a, o à porca – à marrã –,
INQ1 A ir para a furna.
INF1 à porca dir para a furninha. E ela dia ficar na furna com os bacorinhos e [vocalização] quando amanhecia… Eu lembra-me isto que o meu pai – Deus o tenha no céu –, minha mãe contava que ele tinha porcos no mato, que os dia buscar…
INF2 [verbo] um lugar no fundo dum eiraço, cortavam junco com a boca e amontoavam, faziam um uma coberta grande num monte – e metiam-se debaixo daquilo para estarem à abrigada.
INQ2 Mas eles próprios faziam, os porcos?
INF1 A porca é que fazia.