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GRJ06

Granjal, excerto 6

LocationGranjal (Sernancelhe, Viseu)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Élia
SurveyALEPG
Survey year1978
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INF Eu ainda hei-de perguntar à Elsa. Porque era: aquele livro tinha muitas histórias antigas. Parece que era: chamavam-na [pausa] a dona [pausa] Nem sei que nome. Agora nem me lembra! [pausa] Estava a filha [pausa] Estava a mãe sentada à porta. [pausa] Nem sei como é que a ele chamavam. Eu hei-de perguntar à Elsa se tem no tal livro. [pausa] Antigo! [pausa] A minha tia lia aquelas histórias. Lia aquelas histórias, uma coisa muito bonita, não é? E depois a filha estava [pausa] a filha estava A mãe estava assentada à porta. Chegou um passageiro e pediu pousada. [pausa] Pediu pousada mas combinou com a mãe da moça para lhe dar a filha. [pausa] E ao outro dia Com-, ela com- A mãe combinou com ele para para a filha lhe ir ensinar o caminho. Ao outro dia levantou-se e disse: "Pega, minha filha, na roca e no linho, vai com o triste cego ensinar-lhe o caminho". [pausa] A moça [pausa] pegou na roca e foi ensinar o caminho ao cego. chegou uma certa altura que lhe disse ela assim: "Agora, fica o caminho O caminho está seguido. Adiante cego que vai o caminho". E ele disse-lhe assim: "Ande menina até mais além, sou curto de vista, não vejo bem". A mocinha foi até mais além. Quando viu que ela que não podia tornar para trás, que não lombrigava a casa da mãe, [pausa] ficou a ver pois ele não era cego; ele tinha combinado com a mãe para a filha para lhe dar a filha. [pausa] Afinal, ficou. foi a moça. Depois dizia então: "Adeus minha mãe, adeus minha meu palácio, foi uma ingrata para mim"! Porque foi à falsa. Foi falsa à filha. E depois nunca mais viu a mãe. [pausa] Também é fraca mãe, não era verdade?

INQ Então não era?!

INF Sem combinar com a filha, nem nada, e, e e: "Pega, minha filha, na roca e no linho, vai com o triste cego ensinar-lhe o caminho". [pausa] A mocinha fez o que a mãe lhe mandou. [pausa] Quando chega longe, ela disse-lhe: " Adiante cego, vai o caminho"! E ele disse-lhe: "Ande menina até mais além. Sou curto de vista, não enxergo bem". Porque ele lembrava-se que ela que tornava para trás. Depois não tornava que depois não sabia e ele a agarrou, foi. Afinal das contas que a minha a minha [vocalização] Eu hei-de ir a casa da Elsa [pausa] e hei-de perguntar-lhe se tem esse livro. Que é um livro muito antigo e tinha muitas histórias bonitas. Eu hei-de ir. Hei-de ir a casa da Elsa. Porque [vocalização] a minha tia tinha aqueles livros na mesa e depois ela, quando a tia morreu, ela A irmã deu-lhe a mesa, consoante o que havia, levou para, para o para o irmão. Ele levou e se tem esse livro, que não deram por cabo dele, eu hei-de-lhe pedir. Porque tem coisas muito antigas!

INQ Está bem.

INF Eu hei-de ir. Se calhar até vou por ali. Vou por ali, vou a casa dela. Eu vou a casa dela. E procuro-lhe. Se ela tiver o livro, [pausa] porque era era um livro com A minha tia, pronto, é como ela. se entretinha, lia aquelas aqueles livros antigos, aquelas histórias, não é? Agora eu nunca li. Lia Eu lia mas ele depois assim que me casei depois não tinha vagar não era? , não tinha vagar de ler, nem coisíssima, nem escrever. Deixei esquecer tudo. O mais, eu aquilo sabia ler e escrevia e aquilo. Mas depois a minha vida era trabalhar, trabalhar, trabalhar. Pronto, esqueceu tudo. E minha tia lia aqueles livros. E ela também. Porque ela também lia e, tudo aquilo, sabe-as. Eu é que não. [pausa] Mas eu vou-lhe . Se estiver o livro, ela para . E depois lêem e sabem. Eu vou-lhe .

INQ Está bem.

INF Eu vou .


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