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GRJ19

Granjal, excerto 19

LocationGranjal (Sernancelhe, Viseu)
SubjectO corpo humano
Informant(s) Ercília Elina
SurveyALEPG
Survey year1978
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INF1 Depois andámos em jejuns até agora. Agora fizemos uma sopinha e eu cozi umas batatinhas, comemos. Ele deitou-se e eu olhe, é assim, oh. Eu não gosto de me deitar de dia. Fico chateada.

INQ Ai é?

INF1 Fico, fico. Em dormindo de dia, fico aborrecida todo o dia. Não gosto de dormir de dia. Nunca gostei de dormir de dia.

INF2 ?

INF1 Nunca gostei de dormir de dia.

INF2 Ah, eu às vezes também me dur- deito de dia, mas depois, parece-me que me levanto, parece que

INF1 Pois, mole, não é?

INQ Olhe, ó, ó senhora Ercília.

INF1 Diga, minha senhora.

INQ Um homem, portanto, que olha assim é um, é um, um mirolho ou vesgo.

INF1 É sim.

INQ E um que tem uma vista?

INF1 É cego duma vista. A gente diz: "É cego duma vista". Tem uma vista, é cego duma vista.

INQ Olhe, a pessoa tem que ter cuidado com os olhos para não?

INF1 Para a gente não ter perigo, para a gente não ficar cega, nem nem ter trabalhos.

INQ Olhe, e uma pessoa como eu, precisa de, de usar óculos é quê?

INF1 É fraca da vista.

INQ Olhe, eu agora não a vejo porque não estou a quê?

INF1 A olhar para mim.

INQ Olhe, e isto é o quê?

INF1 É as orelhas.

INQ E As orelhas servem para quê?

INF1 Para pôr os brincos e para. E os ouvidos para a gente ouvir.


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