R&D Unit funded by

LUZ24

Vale Chaim de Baixo, excerto 24

LocationVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Cirilo
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INQ1 Olhe e na arramada onde é que punham a água para ela beber?

INF Não. Eles não bebiam na arramada.

INQ1 Não?

INF Não.

INQ1 Ah!

INF Não. bebiam à noite [pausa] quando iam para a arramada e saltavam de manhã e iam beber quando saltavam da arramada. Iam beber, iam beber Iam beber aos aos poços o coiso de beber eram os masseirões. Havia uns masseirões, umas pias feitas em madeira.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Pois. Que eles faziam uns umas pias muito compridas, não é? Pois. E outros bebiam nuns tanques havia tanques. Faziam um tanque, e mesmo um tanque no chão.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Pois. Faziam tanques e então o gado ia beber nesses tanques.

INQ2 Então e esse masseirão onde é que estava?

INF O masseirão estava ao do, ao do ao de poços.

INQ1 Ah pois.

INF Onde havia poços que tinham água

INQ2 Portanto, tirava-se a água do poço, deitava-se

INF Tirava-se-lhe a água do poço com o caldeirão. Pois. Era mesmo um caldeirão. Nesse tempo era um caldeirão, não era um balde. Era um caldeirão. Tirava-se do caldeirão [pausa] para dentro dos baldes, os bois iam bebendo, iam bebendo, iam bebendo

INQ2 Do masseirão?

INF Pois, do masseirão

INQ2 Punha-se dentro

INF Quando a gente deixasse Quando eles deixassem de beber, a gente deixava de tirar água. Pronto.

INQ2 Pois.

INF Pegávamos neles e íamos embora.

INQ1 Pronto. Sim senhor.

INF Pois.

INQ1 Olhe, agora tratava de tudo deste gado. Olhe, elas comem, comem, comem e depois

INF Remoem. Pois. Começam a remoer, a remoer, a remoer. Isso é durante a noite.

INQ2 Pois.

INF Depois de comerem, remoem durante a noite. E durante o dia, durante [vocalização] da da parte da manhã, remoem Até mesmo, andam trabalhando, também, às vezes, andam trabalhando e andam remoendo. Pois.

INQ1 Elas comem, a comida vai para aonde?

INF Vai para o bucho. Pois. E do bucho

INQ1 Ficam com aquela grande?

INF Pois. E do bucho [pausa] volta outra vez à boca. Olhe que aquilo aquilo está está uma coisa! É um destino mas dos tais, ?! Pois, e depois engolem outra vez!

INQ1 Outra vez!

INF Pois. Vai para o bucho e depois vem outra vez à à boca.

INQ1 Pois. Olhe, e a porcaria delas, que nome é que se ? Aquela que se leva depois para as eiras para?

INF Então é a bosta. É a bosta de rês.

INQ1 E aquele sítio onde vão juntando a bosta e que depois, depois tiram, d-, das arramadas, tiram a bosta para fora para um sítio onde vão juntando?

INF Então isso chama-se chama-se o, o moitão o moitão de estrume. Pois. É o monte de estrume.

INQ1

INF É o monte de estrume.

INQ2 Estrume ou esterco? Como é que se chamava antigamente?

INF Era um moitão.

INQ2 De esterco ou de estrume?

INF De estrume. Esterco não. Isso esterco é é coisa mais Isso, isso Isso a coisa do esterco vai para a parte do porco.

INQ2 Ah! Está!

INF Pois. Isso é esterco.

INQ2 Rhum-rhum.

INF E para a parte do do animal que é o boi e a vaca, é estrume.

INQ1 Pois. E portanto dizia: "vai-se tirar daqui a, a bosta para levar para o moitão"?

INF Pois. Para levar para o Pois, para levar para o moitão. [pausa] Pois.


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view