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LUZ40

Vale Chaim de Baixo, excerto 40

LocationVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
SubjectErvas, arbustos e flores
Informant(s) Cirilo Cloé
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INF1 [vocalização] Eu sei o nome destas flores, mas eu sei não sei o nome o nome da á- da coisa, da planta. É.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Pois não. Isto Isto é uma coisa que alastra muito [pausa] no chão,

INQ2 É, sim senhora.

INQ1 Pois.

INF1 esta, esta esta erva. Alastra muito. Como é que chamam a isso? Eu, eu sa- Eu sabia o nome disto. Hoje, agora de repente, não me lembra o nome disto, mas quando vier, calhando para amanhã ou depois, [pausa]

INQ2 se lembra.

INQ1 se lembra.

INF1 ponho, ponho deito-me e fico pensando naquilo e lembro-me: a flor é, a flor é é

INQ2 Agarra e telefona para Lisboa a dizer.

INF1 A erva é esta. Pois. [pausa] É [vocalização] daquelas ervas pois é , aquelas que aparecem ali no no coiso . E tu vês também, se te lembras do nome dela.

INQ2 Deixe-me mostrar.

INF1 Não te lembras?

INF2 Olha, não.

INQ2 Veja se se lembra do nome dessa. Nasce nos matos também.

INF1 Pois, nasce nos matos, nasce n- no terreno limpo, assim, está ali, que eu não me lembra o nome disso. Eu sempre sei o nome dela mas não não sei bem o nome dela.

INQ1 Pois.

INF1 Pois.

INQ2 É da flor

INF2 Isto Isto é também pampoila, não é?

INQ2 É a pampoila?

INF1 Pois, é. É da É daquelas ervas largas, grandes, que no chão, que alastram muito.

INF2 É também pampoila mas é também do mato.

INQ2 Pois é.

INF1 Então

INQ2 É. Mas esse mato tem um nome.

INF1 Tem um nome, tem. Ele Eu é que não me lembra o nome, pronto.

INF2 É sargacinha sargocina? Não é

INF1 Não.

INQ2 Talvez, não?

INF1 Não é sargacinha sargocina, não é.

INQ2 Sargocina?

INF1 Ah! Deixe ver.

INQ2 Vem aqui outra vez ao especialista. Veja se é sargocina. Eu, por acaso, acho que ouvi chamar sargocina a isso.

INF2 Isso não parece bem, parece [pausa] O mato parece, agora a [vocalização] flor.

INF1 Olhe Olhe, isto é, é, é isto é a sargocina.

INQ2 Pronto.

INF1 É a sargocina.

INQ1 Não tem número? Não.

INF1 É.

INQ2 É a cor-de-rosa.

INF2 O mato, o mato parece, agora agora a flor é que é um bocadinho diferente!

INF1 Isto é, isto é Isto é a sargocina.

INF2 Vou-me calar.

INF1 Pois, é que a sargocina, a sargocina, a sar- a sargocina uma florinha,

INQ2 Pode falar.

INF1 esta florinha assim. É sargocina, é. Cria aquelas aquelas coisas. [pausa] Até aquilo A gente até quando quando a gente éramos mais novos, sabe o que é que a gente fazia? Fazíamos disto?

INQ1 Diga.

INF1 Fazíamos tabaco para fumar.

INQ1 Ah!

INQ2 De quê? Da, da folha?

INF1 Da Da sargocina. [pausa] Pois.

INQ2 Que engraçado!

INF1 Sim senhora. [pausa] Isto cria estas fo-, esta esta rama por baixo, a rama estava seca, a gente pegava ali, fazíamos assim, esmigalhávamo-la muito bem, enrolávamos numa folha de papel e toca a fumar aquilo.

INQ2 E era bom? Sabia bem?

INF1 Era bom!

INQ1 Sabia?

INF1 Pronto, era sargocina.


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