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MIG21

Ponta Garça, excerto 21

LocationPonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
SubjectO porco e a matança
Informant(s) Amós Ananias
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ E no, no porco, havia alguma coisa que se chamasse o debulho?

INF1 Debulho? É quando se mata o porco. Fazem debulho.

INQ E como é que é?

INF É [vocalização] o sangue Quando matam o porco, as mulheres tiram ali [vocalização] uma tigela de sangue à parte e o outro sangue vai para fazer as morcelas. Fica aquele san- aquela tigela ou aquilo a quantidade que as mulheres querem, que precisem para o debulho. E fazem uma mistura [pausa] com salsa e [vocalização] e cebola e [vocalização] As mulheres é que sabem fazer esse tempero, não é?

INF2 E leva sal muito basto.

INF1 E fazem o debulho então que é é para comer no A gente matam o porco assim hoje e amanhã da manhã é que vão almoçar esse debulho! Ele é no outro dia é que almoçam dessa comida: o debulho e o peito. Ele é juntamente com o peito.

INQ E o sarapatel? Havia algum?

INF1 Havia, sim senhor, sarapatel! Era o resto que crescia das morcelas. [vocalização] As mulheres não queriam fazer mais morcelas e deixavam ali um bocado para fazer sarapatel.

INQ E como é que era esse sarapatel?

INF1 [vocalização] Também era misturado com graxas e [vocalização] coisas do porco.

INQ Mas depois era conservado dentro da?

INF1 Era conservado também com mant- com banha,

INQ1 Com a banha.

INF1 para tapar, para não se perder. Porque ele era tudo tapado com banha! Mesmo o chouriço, hoje em dia, é tapado num boião com banha, para ele para ele não se perder. Com banha de porco!


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